Bem Vindo

Você que está sempre por aqui ou você que chegou agora, fique á vontade pra comentar, criticar, adicionar. Nem só da mente louquinha da autora é que o blog se alimenta!

quinta-feira, setembro 29, 2011

Você é daquelas pessoas cuja imaginação viaja quando sente um cheiro, um sabor, vê um quadro, um filme? Eu sou, e quase  todo mundo é assim, associamos eventos da nossa vida à algo que fazia parte do momento e sempre lembramos exatamente da sensação, como se voltássemos no tempo. Eu tenho o meu perfume (um para o início da adolescência e outro pro final hehehe), alguns lugares da cidade e descobri que tenho também um filme.

Quando Edu era pequeno (agora tem quase 13) ele era fascinado por Toy Story. Fascinado é a palavra pois ele gastou uma fita vhs de tanto que via - um dia parou de funcionar e quando abrimos vimos que estava fina e se rompeu - e compramos outra. Foram tantos momentos vendo esse filme com ele, ou ele vendo e eu fazendo outra coisa que vários momentos ficaram gravados na memória. 

Ele embarcou na história e claro que achava que seus brinquedos tomavam vida quando nenhum humano estava perto, pedia pra mim o carro de controle remoto que aparece no filme (e eu nunca pude dar), tinha as falas decoradas e vibrava nas cenas prediletas. Era um tempo difícil, eu não tinha grana nem carro à disposição para levá-lo a lugares caros então brincávamos muito na pracinha perto de casa, saíamos com os avós e eu procurava lugares possíveis de levá-lo. Praia, caminhadas, casa dos amigos, esse era nosso itinerário. Shopping eu quase não levava, pois frustrar criança não rola. Fora as outras inúmeras vezes que ele deve ter assistido enquanto eu estava no trabalho.

Ontem eu estava passando roupas e coloquei o filme. Todas essas lembranças já ficaram querendo encher meus olhos de água. Foi uma infância fofa, ele não teve várias coisas que as crianças da ápoca tinham e ao mesmo tempo tinha o que mais faz falta a tantas: mãe e pai sempre perto, enchendo de carinho, entrando nas fantasias dele, convivência com família, subia em árvore (até hoje!), aprendeu valores. 


Agora me conta, quando esse menino terminar a adolescência, for homem, como é que eu vou conseguir assistir esse filme?

quarta-feira, setembro 28, 2011

Quanto mais eu vejo babás, menos quero uma

Se essa era quase perfeita, imagina as do nosso mundinho?
Eu cuido da Lara sem babá. E digo logo: no início é porque não tinha dinheiro pra isso mesmo, pois  muitas vezes sonhei com alguém aqui pra eu poder fazer academia, estudar, namorar e tal. Meu esquema atual é escolinha na parte da manhã pra poder frequentar as aulas, no resto do tempo sou eu pra tudo e às vezes é assustador, pois ela bagunça muito (vocês não tem noção). Dividi-la com alguém seria até uma higiene mental.

Eis que desde que ela nasceu que eu voltei ao mundo tatibitate - já estive nele antes, com Edu - e frequento mais pracinha, consultório e festa infantil do que livrarias e cinemas. Vejo muitas babás "em ação" e fico analisando o trabalho que executam. Melhor seria dizer vejo babás sem ação, pois as fofas em sua maioria estão ali só de presença física. No olhar você já nota que elas estão com a cabeça há quilômetros do seu filho. Raramente olham a brincadeira e quando a criança muda de lugar e elas tem que andar, a cara de enfado é de matar. 

E quando as crianças fazem algo de errado? Nessa hora a gente aproveita pra educar, mostrar que isso e aquilo não pode, o respeito aos coleguinhas, essas coisas. Quer saber como elas fazem? Não fazem nada. Ficam olhando o errado acontecer pra ver até onde vai dar, e se tiver que fazer algo simplesmente tira o pestinha do lugar pra acabar com o problema. Aprendizado? Vivência? Resolução de conflitos e ética? Não espere que elas estejam dando atenção a nada disso. E não acho que para fazer isso elas tivessem que ter o mesmo nível educacional que o nosso, são coisas inerentes ao cuidar de uma criança, coisas que eu vejo pessoas de qualquer "classe social" fazer. Eu vejo na fisionomia a cara de "tô me lixando, não é meu filho mesmo... contanto que não se machuque pra eu não levar uma bronca depois". 

Outros pais já conversaram comigo sobre isso, não é piração da minha cabeça. Outro dia o pai de uma coleguinha da Lara disse que chegou mais cedo do trabalho e pegou a babá (que nem é das piores) com o menino (1a e 6m) solto no jardim mexendo perto de onde o cachorro faz cocô e ela na outra ponta do gramado, pendurada no celular. Outra na praça estava com uma menina de uns 5 anos e esta passava praticamente por cima da minha filha na escada do escorrego porque não queria esperar e depois tentava empurra-la pela rampa. Ela estava olhando a situação, mas ou não achava nada errado ou é bem cretina mesmo. Eu mesma falei com a menina "olha, você não vai mais fazer isso certo? Ou espera sua vez ou desiste de brincar". Ela parou, não chorou nem ficou com raiva, só precisava de um limite.

Pra não dizer que nunca vi nada de bom, conheço uma, chamada Adriana, cuida de um menino de uns 5 anos. Uma fofa, brinca com ele, não dá tranqueira pensando no jantar, vive sorrindo, ensina coisas pra ele. Várias mães já "cantaram" ela pra trabalhar, pois é o sonho de consumo de uma mãe. Outra que não lembro o nome é tão atenciosa e sabe tudo da criança que demorei a sacar que não era a mãe. Mas são só duas num universo grande que conheci em quase dois anos. No geral, dá pena das crianças, e raiva delas.

Tô dizendo que não se deve ter babá? Não, às vezes é a única solução pra muita gente. Escolinhas tem horário rígido, fecham aos feriados, quando a criança está dodói não se pode levar e a pessoa precisa trabalhar. O que digo é que escolher uma é mais difícil do que eu pensava. Não é só pegar referência, ser higiênica e não falar errado. Minha escolha seria impossível! Eu precisaria conhecer o ser humano, o comportamento, a motivação daquela pessoa. Ia ficar meio louca com filho meu andando com uma pessoa que só está preocupada em não deixar ele morrer e manter as aparências pra quando eu chegar em casa.

Agradeço a Deus minhas dificuldades que nunca me deixaram ter uma babá, desejo sorte a quem tem e sabedoria pra ver se seus filhos estão bem. Não quis com este texto criticar ou ferir ninguém, apenas provocar a reflexão de pessoas que pensam que elas (as babás) são profissionais em cuidar de crianças e por isso não há com que se preocupar.


* Não mencionei babás que maltratam ou batem porque não é disso que estou falando. Esses casos são de crime e se eu pegasse, mesmo que nem conhecesse a criança, já saia na porrada, depois é que via como que ficava  #prontofalei





quinta-feira, setembro 15, 2011

Como é que faz?

Deu  no Jornal Hoje de segunda-feira (12/09): Nasce os gêmeos concebidos por casal onde ela já conta 52 anos e ele 88.

Fiquei pasma. Mas não foi pasma com a evolução da ciência pois acredito que eles já estão aptos a fazer muito mais (escolher características, clonagem) fiquei pasma foi com a "coragem" deles. Ele já teve filhos, sabe como é, sabe o trabalho e o tanto de disponibilidade que isso impõe. Disponibilidade de tudo: dinheiro, tempo, saúde, calma, paciência. É preciso muito de tudo isso pra formar bem um cidadão. Nem todo mundo tem, claro. Uns por negligência, outros por surpresas da vida. Você pode ser rico e jovem, mas ser um canalha. Péssimo pro filho do mesmo jeito. Tem gente com filho ainda bebê e descobre uma doença degenerativa, incapacitante - aí os fatores saúde e tempo vão pro beleléu.


Fiquei pensando: eles devem ter bastante dinheiro, ter garantido o futuro das crianças mesmo na ausência deles. Pode ser. Mas pra mim, como mãe, não bastaria. E se eu faltar? Quem vai estar ao lado deles? (a gente não pode afirmar que ele é que tem que ir primeiro não é?). 

Outra coisa  meio louca que fiquei pensando: Quem serão as crianças da família que estarão nas festinhas e brincadeiras com eles? Serão os bisnetos no pai deles. Os gêmeos já nasceram sendo tio-bisavô. 
Conhecer parentes geração anterior então nem pensar hein. É uma relação de família completamente diferente. Isso a mãe deve ter levado em conta, li que ela é psicóloga.

Não estou dizendo que tudo isso seja ruim. Muita gente nasce em situações tão normais e acaba sendo criado mesmo por avós, bem velhinhos. Já começar com esta perspectiva é que assusta.

Ou não? O que vocês acham?

terça-feira, setembro 13, 2011

O padrão é seu patrão?

E as misses hein? Anorexia ali bateu forte. Quando eu era criança era assim: modelo era palito, miss era gostosa. Agora todas são palitinhos. Quando elas desfilam de biquini, não tem voluptuosidade, não deve dar nem tesão nos supostos héteros que assistem concurso de miss (porque né?).

Aí como é que eu e você, que tem corpo normal, de gente que come comida de verdade, que almoça com a família, que trabalha, cuida de casa, enfim, gente que não tem toda uma rotina dedicada a ser bela faz com esse padrão? Porque é um padrão mesmo, nos é imposto. A mídia o tempo todo mostra através de filme, novela, publicidade, que bonito é daquele jeito, beeeem magrinha.

Eu já consegui ficar bem magra em relação ao que eu sempre fui. É bom? É. Qualquer roupa cai bem que é uma beleza, um jeans de supermercado com blusa branca já fica bem. Mas a gente não come quase nada, quase nada mesmo. Não tem essa de reeducação alimentar (RA). Com RA você fica saudável e perde uns quilos se você estava muito gordinho antes, mas se você não é gordo, apenas quer dar a afinada... sinto, ninguém fica magrinha com RA. 

E aquele discurso de "não vamos ligar pra padrão, cada um é lindo do jeito que é" - ahã, senta lá Layana. Funciona sim, enquanto você está dentro de casa. A massificação dessa mensagem que nos passam é tanta que não conseguimos  nos sentir bem por muito tempo. Surgem as comparações com amiga tal, com "como eu estava há x anos atrás", as lojas vendem roupas em tamanhos micro que nos fazem parecer elefoas e a indústria do bem estar martela que só é gordo quem quer e é por desleixo.
Essa seria "cheinha' hoje
Essa história não tem um  fim legal, ela é feita pra ser cíclica. As pessoas (mulheres na maioria) se esforçam pra ficar magrinhas, gastam um dinheirão. Aí não dura muito pois nosso biotipo não é aquele e não temos rotina de miss, toca fazer tudo de novo e gastar mais dinheiro ainda.

E o que que a gente pode fazer? Proponho pararmos de, sempre que encontrarmos alguém, tecer o famoso comentário "tá mais magro" ou "você deu uma engordadinha"... Comentáriozinho sem futuro não? Não acrescenta nada e só reforça este padrão.

Eu já faço isso, bora?

segunda-feira, setembro 12, 2011

Antigas Convicções x Vida Real

Vou entrar no assunto de supetão: Eu nunca tolerei muito esses brinquedos que imitam cozinha e área de serviço pra meninas. Sempre achei que era doutrinação machista pra perpetuar as mulheres bem Amélias, pra elas gostarem de cozinhar/lavar/passar - tanto é que não tem home theater rosinha de brinquedo, nem mini biblioteca com uma chaise pra relaxar. É só fogão, vassoura, geladeira, eca eca eca.

Aí veio minha menina, meu furacãozinho cacheado chamado Lara. Dia 19 faz 1 ano e 8 meses e vive imitando o que eu faço pela casa. E o que eu faço? Bom, ela imita digitar no note, imita ler livros... mas o que mais ela imita é - putz - varrer casa e mexer comida na panela! Que merda hein? Vocês acham que eu já não pensei em lhe dar uma vassourinha miniatura? Não só pensei como assim que achar compro uma, pois ela tem mania de quebrar cream crakers e jogar no chão (é que ela é gênia, o nome não é "craker"? deve ser pra quebrar né não?) nada mais justo que ela varra pelo menos esses farelos e a ração de gato que ela e sua gangue (Gobi, Cruel e Frodo) espalham.

Sério agora... meu discurso libertador de futuras ex amélias, cadê? Perdoe, não tem mais. Aqui em casa os direitos são iguais sim - Eduardo lava um wc que é uma beleza - mas entre os pais acaba sendo a divisão mais comum. Ele trabalha muuuuito pra manter o cafofo aqui funcionando, eu fico 90% do tempo em casa e não temos funcionária, sobra pra mim mesma o serviço chatérrimo de arrumar, cozinhar, passar e afins. Vou fazer isso escondido dela pra ela não me imitar e não acabar com minhas concepções? Never.

Até porque o mundo caminha para a extinção das empregadas domésticas na classe média. Estão cada vez mais caras e o brasileiro aos poucos vai vendo que, assim como na Europa, empregada todo dia é pra quem pode muito, não pra quem precisa (chore agora junto comigo). Então não dá só pra ensinar os filhos a estudar e - supostamente - ganhar dinheiro. Eles tem de saber fazer serviço de casa sim, sejam meninas ou meninos. Falando em meninos, tem conjuntinho de cozinha de brinquedo que não é rosa nem roxinho, perfeito pra eles brincarem juntos (você faz a baby alive dormir que eu faço a comidinha de massinha de modelar, bora?).


É isso, outubro tá aí com seu dia das crianças e esse lance de brinquedinhos retrógrados ligados ao mundo do trabalho duro a gente vai ver por aqui.

Raiva

Semana passada eu escrevi um post bem grande sobre algo bem ruim que presenciei numa tarde. Mas... usaram meu computador sem eu ver, fizeram login, saíram e não apagaram minha aba. Eu vim, escrevi tudo e não estava logada. Na hora em que eu dei "enter" sumiu tudo. não ficou arquivado nem aqui no meu blogger nem no do Gustavo (que fez a gentileza de não fechar minha aba).

Aí... depois eu escrevo  sobre aquilo tá? É muita coisa, muita reflexão e não sai assim, de uma hora pra outra. >ah mas não dá pra escrever de novo? Você não é jornalista, faz isso rapidinho... < É se eu precisasse (tivesse alguém pagando e cobrando hehe) eu escrevia mesmo. Mas vai sair quando der.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Gente com folhafobia


Em plena era do "desenvolvimento sustentável" do "proteja a natureza" eu tenho exemplos diários aqui em meu bairro de que as pessoas estão cagando nem aí pra tudo isso. Isso me faz pensar o quanto a sociedade diz que apóia todos esses valores de proteção à natureza, mas desde que o outro faça, eles não, que dá trabalho.

Assim que chegamos na rua onde moramos notamos que numa rua grande, só duas casas tinham árvore na calçada. Das 10 da manhã às 3:30 da tarde a combinação zero árvores+calçadas+paralelepípedos fazem o ato de andar na rua um inferno particular. Plantamos logo duas em nossa calçada. Elas cresceram rápido e: olha só... dois vizinhos se revezam colocando seus carros em nossa sombra! Detalhe: continuam sem plantar nada. Nas ruas do bairro é comum vermos gente fazendo poda drástica (quando deixam só os galhos) e as árvores ficam parecendo saídas de filme de terror. Vontade que dá é gentilmente tapar o nariz desses seres enquanto estivessem dormindo (e a boca também já que é comum concretarem TODA área em volta da planta).

Outro costume insano aqui é varrer calçada com mangueira jorrando água. Aí acho que já é caso de transtorno bipolar. A pessoa tem disposição de todo dia, às vezes duas vezes ao dia ir pra calçada cuidar da limpeza como se disso dependesse toda sua dignidade, mas ao mesmo tempo, morre de preguiça de usar uma vassoura e quer empurrar a sujeira com água. Sabe pra que serve água numa calçada gente? Se alguém vomitou/cagou/lixo entornou usa-se um balde com água, um desinfetante e vassoura. O povo passa horas vendo televisão, mas quando passam esses avisos de meio ambiente estão onde (ah já sei estão tomando banho sem desligar o chuveiro pra ensaboar). Descabido isso.

Deixei a folhafobia pro final, pois é a última novidade em ser sem noção. Uma das queridas vizinhas perguntou se tínhamos tal planta em casa, pois folhinhas ficam entrando na calçada e em sua casa  toda hora e precisa varrer o tempo todo.
-  Pausa pra vocês digerirem o quanto isso é sem noção -


Acrescento que aí tem uma indireta pra mim, pois nossa calçada está sempre com folhas, sementinhas etc.  E temos jardim, coisa que a maioria dos adoradores de concreto não sabem mais o que seja. Porque eu combinei com marido que cuido da casa, crianças, educação, almoço, saúde, bem estar e sex apeall mas folhinhas na calçada never! Ainda quero terminar minha faculdade de letras e precisa sobrar tempo pra literatura (acabo de entender como uma pessoa fica folhofóbica, o espaço da literatura está vago).
Fora ser sem noção e fora ser uma indireta pra mim (mas ela(e) não falou pra mim ao vivo) qual é o problema real de se ter folhas na calçada? 
Impede a passagem de pedestres? Não, o que impede são os carros que eles e elas colocam atravessados na calçada.
Estão cagadas? Não, quem caga são os cachorros, que os donos levam pra "passear" e "esquecem" de recolher.
Transmitem doenças? Mesma observação acima.

Então eu digo humildemente que não entendo o problema com as folhas. E se não há explicação só pode ser doença. Folhafobia. 



Me poupem.






quinta-feira, agosto 04, 2011

Certo e errado - você sabe o que é?

Esta semana meu irmão foi assaltado, levaram seu notebook - que não tem seguro -  que estava numa mochila dentro do carro - deixaram o carro - que tem seguro. Quer dizer, ele foi furtado, uma vez que o que lhe foi retirado foi às escondidas (ainda bem né, ser assaltado é pior). 

Já repararam que toda vez que falamos uma notícia dessa sacamos logo da cartola um "ainda bem que não...." num processo meio Poliana? Se foi furtado, ainda bem que não foi assalto. Se foi assalto, ainda bem que não te machucaram. Se machucaram, ainda bem que não aleijaram, e se aleijam, ainda bem que não mataram e se matarem...ahh tá num lugar melhor que nós tadinho, pior pro bandido que quando morre vai pro inferno e blá blá blá.

Que saco isso né? Reclamar, se lamentar ninguém pode... só pode agradecer que pelo menos não isso ou aquilo. Aliás, experimente "reclamar".Se for na polícia, eles fazem aquele B.O, que quer dizer boletim de otário e pronto. Não há investigação pra furtos, roubinhos e etc. Experimenta também se lamentar um pouco pros amigos. Você vai virar culpado em dois tempos: "porra man, porquê você deixou o computador no carro?" "Boy, não pode deixar carro na lateral do prédio não, tem que botar no estacionamento, bem caro, mas é o jeito" (em tempo: o estacionamento do local que meu irmão foi nem cobertura pra proteger o carro de ficar uma sauna tem, qual a instiga de colocar o carango lá? Ahh já sei, pra não roubarem...)

Ele mesmo (meu irmão) disse: "voootz, se eu fosse assaltado iam dizer "não pode ficar andando com computador na rua pô". Ué... mas eu pensei que o conceito de se ter um lap top é que a gente vai LEVAR o computador de um lado pro outro. 

O brasileiro é condescendente com tudo de porcaria. "Perdoa" o corrupto dizendo que "sei lá né, se fosse eu lá, olhando tanto dinheiro...." Perdoa o ladrão com desculpa de que tem a segregação social, o abismo que leva pessoas à roubarem e tal e tal. Quantas atrocidades terríveis não acontecem e no outro dia a vítima já aparece na tv pra dizer que perdoa o agressor pelo que ele fez? Acho isso uma mentira deslavada, coisa de bitolado em igreja que acha que é obrigação perdoar o pecador. Quando que uma pessoa que teve um ente querido morto, uma criança abusada vai, em menos de 24h, perdoar o culpado? Perdão de verdade é algo que leva anos pra acontecer na cabeça de quem sofreu. Mas no Brasil é bonitinho dizer que perdoou, fica bem na fita sabe?
E Culpa as vítimas. Mulher que foi abusada é sempre olhada com desconfiança "mas ela não provocou?, tava vestida como?" Quem é roubado não se protegeu ou estava dando mole e se for pobre então "é pra prender a não inventar de ter coisa pra se mostrar". Meu filho, Dudu esta semana reclamou que os meninos da escola fizeram a velha brincadeira (tosca) de fazer uma roda e ficar meio que socando quem tá dentro. Botaram ele dentro, ele pra fugir saiu correndo de qualquer jeito e depois foi chamado atenção porque pulou por cima das mesas. Na hora de tentar se explicar o coordenador foi taxativo "para Edu, você gosta da fuzaca e tá querendo dar desculpa" . Ou seja, ele gosta de bagunça (eu também gosto e sei que você leitor deve gostar) mas ser colocado no meio da roda pra ser sovado não é bem o que eu chamo de divertimento zoado.

Na próxima vez que alguém te contar algo do qual foi vítima, conte até 10 e não culpe a pobre vítima pelo que lhe aconteceu. Se houvesse um botão do destino pra ela apertar com certeza ela não apertaria o foda-me.

segunda-feira, junho 06, 2011

Pra o que você gostaria que houvesse referendo?

Estava fazendo meu - cada vez maior - tour pelos blogs que eu gosto quando me deparei com algo com o que concordo em tudo.


Começam a falar por aí num novo referendo sobre porte de armas. Aquele blá blá blá vai começar de novo e lá se vão milhares de reais para organizar mais uma votação. 


Eis que nos comentários de um dos posts deste blog aqui, me deparo com este texto:



"Nesse ínterim (falando em referendos), proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:
· Voto facultativo? SIM!
· Apenas 2 Senadores por Estado? SIM!
· Reduzir pela metade OS Deputados Federais e Estaduais e OS Vereadores? SIM!
· Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e NÃO por nepotismo? SIM!
· Reduzir OS 37 Ministérios para 12? SIM!
· Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM!
· Fidelidade partidária absoluta? SIM!
· Férias de apenas 30 dias para todos OS políticos e juízes? SIM!
· Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
· Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM!
· Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? SIM!
· Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM!
· Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um terço? SIM!
· Voto em lista fechada? NÃO!
· Financiamento público das campanhas? NÃO!
· Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
· Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM! "




* Pra quem quiser ver o comentário tal e qual foi feito clica aí

quinta-feira, maio 26, 2011

Blogs de moda: breve ensaio

Nas últimas semanas andei olhando muitos blogs cujo tema é moda. São muito divertidos, cheios de fotos bonitas e muitas dicas, dicas até demais - imagina um tutorial de mais de 10 fotos pra ensinar a passar uma sombra de olho -elas tem. Na blogosfera tem de tudo aliás, já tive minha fase de visitas diárias a páginas de humor, depois crítica política, maternos e... não tem fim isso.

Os me moda, especificamente, sempre foram muito criticados por pessoas do meu convívio. Alegam que é fútil, que poucas tem noção profissional de moda pra ficar dando pitaco e que os piores seriam aquelas que postam o look do dia - onde a blogueira fotografa como se vestiu todo dia e diz: saia da loja tal, sapato da marca tal. Mas... vejam bem, hoje em dia eu faço Letras, o pessoal é bem literário e pra eles isso é o cúmulo da perda de tempo. Antes meu mundo era o dos jornalistas, e esses lêem um pouco de tudo, fuçam páginas, querem saber das novidades e gostam de ver moda sim, até porque tem de fazer milagre pra se vestir bem com o salário que jornalista ganha (Fátima e Willian not included).

Meu passeio pelos blogs durou umas semanas, até eu poder chegar à uma conclusão. Realmente a impressão que nos causa é que aquela pessoa não vive, ela só se veste! Como pode alguém comprar tantas roupas, sempre querer adquirir mais, viver visitando lojas pra saber as novidades, postar a roupa que está, a que viu, a que a amiga estava, o batom que usou ontem, se o esmalte é brilhante, fosco, com glitter ou craquelado? A pessoa fica pensando.... tá, mas quando ela se reúne com a família conversa de quê? Vive de moda, deve falar de roupa e bolsa também. Tipo o marido chega do trabalho e pergunta como foi seu dia e ela responde "cansativo, muitas lojas, provei inúmeras roupas e depois ainda teve o lançamento de um perfume e um coquetel com o dono da  loja e tal". Deve dar raiva no marido não?

Enfim, quem está de fora se enche de preconceitos. Que a pessoa é vazia, que dá valor a isso enquanto o Brasil vive uma crise na educação, que quando for mais velha não vai ter do que se orgulhar e muito mais outros preconceitos que a gente acaba usando pra julgar alguém que nem conhecemos. Analisando friamente:  a maioria das mulheres adooooora todo esse universo e na verdade se ressente de não poder se dedicar à beleza, não poder comprar todos aqueles itens maravilhosos e ter que ralar muito só pra pagar contas e botar gasolina (que tá pela hora da morte). A fábula da raposa e das uvas explica isso há muito tempo. Por outro lado, quem disse que elas não trabalhem? A maioria pelo que vi trabalha sim, e tem o blog como um hobby, uma realização de seu lado diva de ser. Eu gosto de ler, de nhanhar dormir, você pode gostar de fotografia, outra de balonismo, esportes, mas elas gostam de se produzir e falar de moda.

As que não trabalham - devem ser as mais invejadas - trabalham sim, justamente com isso, moda. Elas tem coluna em jornal, são personal stylist, desenham, fazem vitrines em lojas, são vendedoras ou donas de pequenas butiques ou divulgam marcas de um jeito que chega bem melhor pra gente do que desfiles com modelos anoréxicas vestidas pra chocar, de um jeito que ninguém sai na rua. No momento em que as blogueiras de moda se estabeleceram como canal entre marcas e consumidoras elas preencheram uma lacuna que o jornalismo não dava conta. Jornalistas eram chamados pra mostrar como foram os desfiles, comentavam que "o lance agora era o xadrez e o mescla fazendo um visual urbam-chic" e a leitora ficava com aquela cara de paisagem, não entendia bulhufas ou ia lá e se vestia TODA de xadrez tal uma toalha de mesa. Ninguém filtrava aquilo pra mostrar como era aquela "tendência" vestida numa pessoa normal, com roupas de loja comum, que dá pra sair na rua. Bingo, é isso que as blogueiras fizeram.

Não é preciso preconceito nem vergonha por passar dias algumas horas lendo sobre algo que nos faz feliz e faz parte das nossas vidas sim. Há quem não aguente, assim como há quem não aguente uma página de Shakespeare ou uns minutos de Mozart. Desejo as amadas e odiadas blogueiras de moda  que elas trabalhem e se divirtam muito com o que fazem e que não esqueçam que a vida não é só isso - principalmente as que tem filhos - para que não fiquem realmente da profundidade de um píres.

Agora dá licença que eu vou ali olhar o que que a Jojo inventou hoje no seu desafio. Beijos

De lambuja, alguns dos blogs que eu curto (não tem só de moda não tá?)

http://pelocorredordaescola.blogspot.com  >> Educação e muitas reflexões
http://umanosemzara.blogspot.com  >> Jojo estava falida e prometeu ficar 1 ano sem comprar nada. Todo dia mostra como se virou com o que já tinha.
http://vidanormal.blogspot.com/ >> A história de Ana Luíza, linda menina de 9 anos que luta contra um câncer e está vencendo.
http://3xtrinta.blogspot.com/ >> Três mulheres falam sobre tudo o que você imaginar.
http://tododiaumlook.com/ >> Uns caras muito escrotos que tiram sarro com as blogueiras de moda
http://www.robertokroll.com.br/ >> Charges, caricaturas, cartuns.
http://www.bedorothy.com.br/  >> Blog de moda, e MUITA maquiagem, bem feito.
http://justlia.mtv.uol.com.br/  >> Um dos preferidos de moda.
www.blogdaflavia.com.br >> Único local que vejo por enquanto, profissional, muito bem feito também
http://redemulheremae.blogspot.com >> Síntese dos blogs maternos, lá elas falam sem extremismos nem má educação sobre tudo que afeta as mulheres e principalmente às mães.

segunda-feira, maio 23, 2011

Amanda e as revoltas

O depoimento da prof Amanda Gurgel, daqui do RN, está dando o que falar no Brasil todo. Twitter, Faustão, noticiários... todos querem ouvir as verdades da professora.
Dá orgulho ver que alguém daqui conseguiu o espaço nacional para falar algo que todo mundo já sabia. A grande diferença foi a forma como ela fala: Amanda é calma, não grita, não menciona sindicato nem política. Apenas mostra a realidade como uma criança que a vê pela primeira vez e nos questiona "isso não está errado?"   "dá pra viver e ensinar crianças ganhando isso e trabalhando tanto?"

Espero que ela consiga mobilizar o país. Tenho sentido que a mobilização mudou um pouco nos últimos tempos. Passamos por uma fase em que ninguém ligava mais pra nada e parece que agora avançamos um pouco. O peso dos impostos é tão grande e a roubalheira tão escancarada que a revolta tem lugar outra vez. Ainda bem, vamos construir um mundo melhor juntos.

quinta-feira, maio 05, 2011

Para minha mãe e seu filho

O estupendo milagre do amor de mãe

Toda vez que o dia das mães se aproxima eu fico meia assim-assim, afinal, a minha se foi quando eu ainda tinha 8 anos. Não vou contar esta história porque aqui não é o sbt pra ter dramalhão, todo mundo pode imaginar como é ruim.

Depois que fui mãe, nos idos de 1998, isso amenizou um pouco, pois a data voltou a ter total sentido pra mim, virei a personagem principal e tema das musiquinhas cantadas pelo meu filho na escola. Hoje eu volto a ter mais ou menos aquele vácuo. Acho que quanto mais velha o tempo passa, mais a ausência de quem faz muita falta em nossa vida é sentida. 
No meio de tudo isso, hoje quando vejo meus filhos, lembro muito do meu irmão. Oras, se eu tinha  8 anos ele tinha só e então somente 4. Meros quatro aninhos. Tadinho dele cara...deve ter achado que a mãe foi "ali" e não voltou mais porque não quis.

            Se hoje as pessoas usam a frase “o que fica de bom são as lembranças” para consolar alguém, o que dizer ao meu irmão, que já confessou não se lembrar de nada? Sei que tem gente que nem conhece a mãe, existem as mortes no parto e tal, mas saber que você viveu vários momentos com sua mãe e não lembrar é ruim também.
            Com a proximidade do dia tão falado no domingo que está chegando eu aproveito para prestar uma homenagem que servirá de memória externa para meu irmão.

            Saiba maninho, que nossa querida mãe:
©      Era suuuuper vaidosa, gostava de estar sempre produzida, bem penteada e maquiada
©      Seu cabelo não era tão liso assim, rolava umas toucas (daquelas com meia-calça). Nada como nossos cachos, mas lisão de nascença não era não.
©      Disfarçava seu 1.58 usando saltos quase o tempo todo, era cada sapato lindo. Haja perna...
©      Era passional, com ela não tinha calma, não tinha ‘esperar pra ver como fica’, não tinha muita ponderação...
©      ...Mas em contrapartida não tinha falsidade, não tinha tensão, ela exalava vida.
©      Tinha um sorriso que deixava os homens sem ação, e ela se aproveitava disso.
©      Era exigente. Levamos (eu mais) muita bronca e umas surras por não fazer as coisas como ela queria.
©      Podia não gostar de serviço doméstico, mas fazia questão da casa limpa, arrumada e bem apresentável.
©      Enrolava o que podia quando precisava fazer algo que não gostava, mas fazia, mesmo que aos trancos e barrancos, no jeitinho brasileiro.
©      Tinha cólicas horríveis, de ficar de cama. Eu não puxei isso hahaha
©      Não dependia de ninguém pra tomar suas próprias decisões, era pró ativa, mesmo que fizesse cagada, era cagada dela, não da cabeça dos outros.
©      Tinha amigos, amigas, alunos que a admiravam, era um ser social, definitivamente.
©      Era 100% pelos filhos, era capaz de qualquer coisa por nós, faria o que fosse preciso pela nossa educação e bem estar.
©      Teria adorado conhecer o mundo com internet, celulares, laptops, carros com ar-condicionado e plásticas financiadas em 60 meses.
©      Tinha uma voz gostosa de se ouvir, não lembro com clareza, apenas da sensação.
©      Não engravidou de você de maneira planejada, mas lembro do final da gravidez e a babação já era grande.
©      Certamente lhe amou desde o 1º momento que o viu, era o ‘seu menino’, que ela achava parecido com o pai, mas que dizia que ia ficar mais alto e não ia ter barriga (é, prever o futuro não era o forte mesmo)
©      Só com você ela pôde amamentar, já que eu nasci ET e nem leite materno podia.
©      Uma vez, quando eu chorava por estar doente e não poder sair, ela me disse: “nunca fique com pena de você mesma, não leva à nada e impede você de fazer coisa melhor”

Esta última frase me guiou por muitas vezes em situações bem complicadas onde eu me pegava com pena de mim mesma. Ela estava certa, não resolve nada e oblitera nossa visão para coisas melhores. Não tenhamos pena de nós mesmos por não tê-la aqui. Nós a tivemos, pelo tempo que deu, e isso importa mais do que o que poderia ter sido.

Neste dia das mães eu lembrarei dela, como em todos os outros, e você, se não lembra de nada, sinta apenas um quentinho no coração - é como Edu descreveu o amor, mais ou menos aos quatro anos de idade – é nesse quentinho que ela mora, o mais perto de nós que ela poderia estar.

quarta-feira, abril 27, 2011

Operadora de Telefonia ou de Ironias?

Você já teve problemas com operadora de telefonia? Seja fixa ou móvel, TODAS nos dão problemas e são campeãs de reclamação em procons e sites como o Reclameaqui.com.br. Cobram o que querem, quando querem.

Aqui em casa tínhamos, até uns meses atrás, celulares pós pago (de conta), mas trocamos por pré. Oras, todos os meses vinha na conta cobranças de uso de internet pelo celular, umas 5 ou 6 cada uma custado 4,99. Aloka, nem sem querer a gente usava, pois a tela estava quebrada. Toda vez tínhamos que ligar reclamando, aí eles abrem um protocolo pra responder em até 72h. Passadas as 72h, a resposta:

 - "Senhora (senhora meu koo, mas vá lá) a operadora verificou que houve sim o uso do serviço, mas como a OI confia na palavra do cliente (caráleo, como eles são bonzinhos ki-só) será mandada outra conta com o acerto, sem essas mensagens.

Sério, vocês acham que se uma empresa tivesse CERTEZA que prestou um serviço não iam cobrar até no inferno de Dante? Contem outra conversa, com essa daí o boi não dorme mais.

Mas na modalidae pré paga também existem calvários. Nesta a claro é campeã. Se aproveitam de supostas promoções ou serviços de notícias para que você confirme com um sms para participar. Só que ao confirmar, você está aceitando receber mensagens semanais ou até diárias que custam desde centavos até 4, 5 reais. Meu filho tinha um chip desses. Começou a receber mensagens assim:

"Bomba, justin bibier corta cabelo em NY e Riahna espirrou muito à noite"

Liguei pra reclamar e eles disseram que ele pediu o recebimento. Mandei tomar no cú falei que não e pedi pra retirarem aquilo. Acham que parou? Nunca. Paramos de colocar créditos usar o chip até ele "morrer". 

Pior: os pobres menos favorecidos é quem mais são roubados. A mocinha que fica com minha filha falou que todo dia chega mensagem no celular do pai e que ali se bota créditos mas a "claro come". Eles acham normal,  não sabem como reclamar e vão levando. É tudo que as operadoras querem. E ela completa "mas tem umas promoções massa, você paga uma mensagem por dia e fica concorrendo a uma carro". Perguntei se ela já viu  propaganda mostrando esses ganhadores, ela: "Mas num é que não... vai ver a promoção ainda não acabou né..."

É muita facilidade de ganhar dinheiro, muita safadeza com o consumidor, que é menosprezado como na resposta que me deram. Eu reclamo, falo, mas é tudo por telefone, pra eles não é nada. Atendimento pessoal eles só disponibilizam pra vender plano e celular, pra reclamar, só o famigerado #144

Convido todos que concordem comigo à não mais aceitar este tipo de coisa. Discutam toda e qualquer cobrança, sempre.

segunda-feira, março 21, 2011


Fui ver o filme da Bruna Surfistinha. É que aqui em casa não tem babá, então a gente vai ao cinema quando dá e na hora que dá. E, ao contrário do filme, dá pouco viu... O último que eu havia visto no cinema foi Nosso Lar e Tropa de elite. Ou seja: passo meses sem ir.

Gostei do filme sim, bem feito, apesar de ser uma produtora menor, diretor não tão conhecido. Deborah Seco encarnou bem a personagem e tudo rolou (rala e rolou melhor dizendo).

Mas aquilo choca viu povo. Não as cenas, mas a história e também aquele monte de nojinhos que nós meninas temos quando imaginamos como deve ser ir pra cama sem poder escolher o cara. ECA ECA ECA. Não dá não viu. Como assim o cara chega da rua fedendo e quer oral? Como assim, olhou, tirou a roupa, meteu? Tem que ter muito estômago - e o couro de lá bem forte hehehe

Acho que o que mais me choca é esta parte mesmo. Porque a questão moral, pra mim, não importa muito neste caso. Ela continuou sendo uma pessoa que pensa, sabe o que quer, sabe se expressar, conversar. Tem gente que é bem casta, uma santa, mas é tão burra, com mentalidade preconceituosa e tacanha que eu não consigo falar mais de 2 minutos. Arranjo logo uma trouxa de roupa pra lavar e sair de perto.

Não sei se estou interpretando o filme errado, mas pareceu que a maior revolta dela, além da baixa auto estima era o modo como ela percebia a sua adoção dos pais. Pareceu que foi uma adoção por caridade, pra fazer o bem, dar um futuro à alguém. Se foi, me arrisco a dizer que a causa pode estar aí. quem é adotado quer ser filho e não mudar de um orfanato público pra um familiar. E filho é criado de maneira visceral, com paixão, com entrega. (já viram "O óleo de Lorenzo"? Viram em Cazuza, quando a mãe vai atrás dele na rua?) é aquilo. Essa história de "eu dei tudo" não cola. Casa, comida, limites, saúde, roupa a gente também dá pra cachorrinhos de estimação, pra alguém que abrigamos em casa por um período, mas pra filho a gente SE dá.

Mas tomara que eu esteja errada, que a causa maior dela ter ido pro puteiro seja só a vontade dela mesmo (mas eu vi no Jô ela contando que uma semana depois se arrependeu, mas não deixaram ela voltar pra casa).

Quem ainda não viu, se quiser pensar um pouco sobre os estereótipos e preconceitos da sociedade, taí uma boa chance.

quarta-feira, março 16, 2011

Mimar não é amar


Hoje eu estava pensando sobre as diferentes maneiras de educar filhos, sobre conselhos que ouvimos aqui e acolá e lembrei de algo que acho que deveria comentar aqui.

De todas as maneiras possíveis de conviver com os filhos a que eu considero mais perigosa é uma das mais recorrentes no mundo moderno: mimar os filhos. Sabe aquela máxima de que uma esmola ou mata de vergonha ou vicia o cidadão? Com o mimo é a mesma coisa, ou produz um playboy/patricinha alienada ou cria um bandido. Uma criação baseada no mimo não tem como dar certo.

E não pense que mimo é exclusividade de quem tem dinheiro, meus pensamentos hoje começaram exatamente porque soube que o filho de uma senhora que conheço está definitivamente desencaminhado na vida (está foragido depois de ter dado uns tiros que pegaram em alguém). E esta mãe nunca teve nada, sempre ganhou salário mínimo, mas nunca exigiu que o filho estudasse, o tratava como especial, comprava roupas de marca parceladas em trocentas vezes no cartão de terceiros só pra ele, enfim, mimou. Não tinha pra ela, mas sabe-se lá por quê, tratou aquele filho como um bibelô, não lhe transmitiu valores, não pensou no futuro, não o fez homem. Ele podia ter se tornado alguém diferente mesmo criado assim? Podia, mas ninguém pode contar com tanta boa índole assim, tanta firmeza de caráter inata, sem ninguém ter ensinado.

O reverso, filhos mimados de gente com dinheiro, estamos cansados de ver por aí, não preciso nem buscar exemplos. Atropelam pessoas, queimam mendigos, puxam briga. ficaram assim só pelo mimo? Talvez não, mas limites poderiam ter feito milagres à eles. E há ainda uma outra vertente dos mimados com grana: os jovens que ao se defrontarem com os "nãos" da vida - esses mamãe e papai não podem evitar - como vestibular, entrevista de emprego, namoros... caem em depressão, pois não foram acostumados a ver outras pessoas em posição melhor, não admitem que é preciso tanta batalha pra conquistar "tão aos poucos" as coisas.

E o que é mimar? Pra mim não é só dar tudo o que a criança pede. É uma mistura de superproteger com negligência educacional. Os pais não suportam o trabalhão que dá educar de verdade então além de darem tudo, não expõem os filhos à situações onde ele possa se dar mal, fazem com que eles acreditem que são os melhores em tudo (sabe D. Florinda, mãe do Quico?), e esnobam o que outras crianças tem de melhor, iludindo o filho ("fulano não sabe plantar bananeira melhor que você não, SÓ hoje que você caiu, é que quando você faz direitinho ele não tá vendo). Vocês nunca viram essas coisas? Que bom, porque eu já vi muitas vezes.

Então eu concluo: Se você mãe, acha que está errando na alimentação, errando na rotina diária, ou no filme que você deixa/não deixa seu filho ver, saiba que nenhum erro desses é capaz de produzir uma catástrofe tão grande quanto passar a vida mimando um filho.

Dê amor, faça dengo, faça festa para seus filhos, mas ensine-os a viver, forme seu caráter, lhe dê moral, valores, ética, respeito. Porque não dá pra se arrepender depois, infelizmente.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Família L.T.D.A


Hoje eu estava tendo um surto coorporativo aqui. Explico: é quando eu começo a pensar empresarialmente sobre as coisas prosaicas da casa e da vida. Tipo "preciso mudar a dinâmica de relacionamento com meu filho de 12 anos, senão ele se acomoda nos erros e não vai avançar sem atingir as metas" -minhas metas - afinal a gerente geral sou eu (o chefão é o pai, Eduardo é o funcionário padrão, Lara é a aspira e os gatos são mascotes do departamento de marketing).

Então, aí neste surto eu comecei a capitalizar quanto seria necessário gastar investir pra que eu pudesse ficar de frozô ou até mesmo trocar de chefe (trabalhar em outro canto). Foi interessante. Vejamos:

1 empregada doméstica: 545 reais - novo mínimo.
Vale transporte e encargos da funcionária: 200 reais
1 creche (boa) pra Lara: 400 reais - affff
1 transporte escolar: 120 reais - meu deuzo

Sabemos que existem outras despesas quando se trabalha fora, além das catastrofes de quando a empregada falta, o filho fica dodói e talz. Mas só aí já deu 1245 reaiszinhos e eu ainda não comi nem um big mac, nem comprei um avon pra passar na cara. Ou seja, teria que ser algo que aqui em Natal só se consegue com emprego público do bom. Até na profissão na qual sou formada não adiantaria, pois o piso é 900 reais e aqui o piso funciona como teto.

O lado nefasto desta reflexão cooporativa: Eu dou mais lucro não saindo de casa do que trabalhando fora. O lado bom: meu chefe é legal, me dá regalias, meu funcionário, a aspira e os mascotes me amam. Quem é que pode dizer isso numa empresa hein, hein

*Brincadeiras à parte, um dia tudo se resolve, a aspira não será bebe pra sempre e estarei melhor preparada para concursos após terminar a graduação que estou cursando. Então é ter calma e não apressar o rio, ele corre sozinho.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

E o motivo apareceu


Ontem eu fiz uma postagem pra pôr aqui mas sou lesa cometi o erro de não salvar a tempo e acabei perdendo. Como não existe texto escrito duas vezes, vou comentar algo que aconteceu aqui em Natal: um sujeito tomou chá de sumiço após sair de casa dizendo que ia pra uma reunião da comissão de formatura. Família toda em desespero, saiu na imprensa, todo mundo pensando o pior, pois já diz o ditado quem é vivo aparece!

E apareceu mesmo. O dito cujo, um galalau que já conta 27 anos, fazia fisioterapia numa faculdade particular e desistiu de cursar há dois anos. E o que ele fez? Continuou saindo de casa todos os dias pra “aula” e fazendo sei lá o quê com o dinheiro do pai. No fim, ao se aproximar a formatura e ver que ia ser descoberto, pediu dinheiro para as cerimônias de fim de curso e se mandou pra Salvador.

Eu tive que ler e reler várias vezes. Não acreditava na história. Parece coisa de novela (novela Malhação NE, porque é muito, muito infantil) Outras horas não acreditava pela idade dele. Cabe dizer: não são ricos, segundo o jornal local, moram num apartamento pequeno num conjuntinho classe C. Noutras pensava: “ninguém percebia que este vagabundo cara não ia pra aula? A faculdade nunca entrou em contato com a família pra perguntar o porquê da evasão? Nunca nestes dois anos a consciência dele falou mais alto?

Alguns na internet meio que culparam os pais, que seriam muito bobos por não fiscalizar ou não perceber que o cara não passava aperto com prova, não comentasse nada, não aparecesse com seminários ou coisas do tipo. Acho que não sabe, ele já tinha 27 anos talvez essa mãe estivesse olhando por outros mais novos, ou nem sabem como é o cotidiano de quem faz graduação. Pela idade dele pode ser que a faculdade não chamasse a família por ele mesmo constar como responsável financeiro.

O fato - cruel - é que hoje eu encontrei um fato que justifica expulsar um filho de casa. Eu nunca havia encontrado uma razão (fora crimes hediondos, pedofilia, mas não é deste tipo de coisa que falo) real pra se expulsar um filho. De vez em quando a gente vê gente que corre com o filho de casa por várias coisas, geralmente eu achava que conversando a pessoa se entende e não é preciso chegar a tanto. Mas este energúmemo, idiota, insensível carinha foi demais. Não tem desculpa pro que ele fez. Além de tudo, de toda merda espalhada ele foi a pior coisa que um homem pode ser: covarde. Na hora da verdade iminente, pegou mais dinheiro ainda da vítima - porque esse pai é uma vítima - e fugiu.

Esse eu botava pra fora sim. De malinha na calçada e tudo. Não ia cortar relações, tipo esquecer que existe não, mas ele ia pra calçada com sua mala encontrar um lugar pra dormir e achar um trabalho. Ia virar homem à força.

E vocês? Acham que é pouco motivo e precisa ser pior ainda que isso?

sábado, janeiro 08, 2011

Dieta de 2011



Porque se o mundo acabar em 2012 eu morro magra.... Well, aconteceu que eu tô me achando baleia (e 99% das mulheres) e um monte de mulher* que eu sigo no twitter resolveu fazer uma blogagem coletiva pra levar a dieta a sério e se apoiar. Entrei né, era isso ou atacar mais um bolo com nutella.


Vou começar contando porque só postei hoje. Porque simplesmente comecei o ano com minha filhota doente. E filho doente + privação de doces não rola, se eu já tivesse começado a dieta tudo bem, mas assim de supetão meu cérebro não processa.


Aproveito pra contar que já fiz uma dieta muito bem sucedida em 2008. Foram 7kg a menos. Ô fase boa... qualquer roupa ficava ótima em mim, estava super confiante. Aí... no ano de 2009 eu engravidei, em 2010 eu tava dando de mamar e dei uma relaxada. Nada que não se faça tudo de novo.


E como foi? Foi uma loucura, aprendi muita coisa com aquela dieta, tenho muitas dicas pra dar. E não é receitinha não, que eu acho (1º dica) que se você tem que cozinhar algo em separado pra você é meio caminho andado pra dar errado. Comigo era: comia o que fosse a refeição da família, só que pouco, colocava praticamente a metade do que comia antes - e nada de sobremesa durante a semana.


Ai ai, segunda eu volto, não pra contar como foi minha semana, mas pra traçar minhas metas.


Boa dieta pra todas!


* Pois é, eu sigo um monte de mulher no twitter, affff devia seguir uns caras gostosos e tal, mas eu sigo mulher.
** A imagem é de um gatinho só porque tem um gatinho... sempre que eu puder usar um gatinho no meu blog eu usarei. Aliás, cadê o meu que tava aqui até agora?