Bem Vindo

Você que está sempre por aqui ou você que chegou agora, fique á vontade pra comentar, criticar, adicionar. Nem só da mente louquinha da autora é que o blog se alimenta!

quinta-feira, setembro 29, 2011

Você é daquelas pessoas cuja imaginação viaja quando sente um cheiro, um sabor, vê um quadro, um filme? Eu sou, e quase  todo mundo é assim, associamos eventos da nossa vida à algo que fazia parte do momento e sempre lembramos exatamente da sensação, como se voltássemos no tempo. Eu tenho o meu perfume (um para o início da adolescência e outro pro final hehehe), alguns lugares da cidade e descobri que tenho também um filme.

Quando Edu era pequeno (agora tem quase 13) ele era fascinado por Toy Story. Fascinado é a palavra pois ele gastou uma fita vhs de tanto que via - um dia parou de funcionar e quando abrimos vimos que estava fina e se rompeu - e compramos outra. Foram tantos momentos vendo esse filme com ele, ou ele vendo e eu fazendo outra coisa que vários momentos ficaram gravados na memória. 

Ele embarcou na história e claro que achava que seus brinquedos tomavam vida quando nenhum humano estava perto, pedia pra mim o carro de controle remoto que aparece no filme (e eu nunca pude dar), tinha as falas decoradas e vibrava nas cenas prediletas. Era um tempo difícil, eu não tinha grana nem carro à disposição para levá-lo a lugares caros então brincávamos muito na pracinha perto de casa, saíamos com os avós e eu procurava lugares possíveis de levá-lo. Praia, caminhadas, casa dos amigos, esse era nosso itinerário. Shopping eu quase não levava, pois frustrar criança não rola. Fora as outras inúmeras vezes que ele deve ter assistido enquanto eu estava no trabalho.

Ontem eu estava passando roupas e coloquei o filme. Todas essas lembranças já ficaram querendo encher meus olhos de água. Foi uma infância fofa, ele não teve várias coisas que as crianças da ápoca tinham e ao mesmo tempo tinha o que mais faz falta a tantas: mãe e pai sempre perto, enchendo de carinho, entrando nas fantasias dele, convivência com família, subia em árvore (até hoje!), aprendeu valores. 


Agora me conta, quando esse menino terminar a adolescência, for homem, como é que eu vou conseguir assistir esse filme?

quarta-feira, setembro 28, 2011

Quanto mais eu vejo babás, menos quero uma

Se essa era quase perfeita, imagina as do nosso mundinho?
Eu cuido da Lara sem babá. E digo logo: no início é porque não tinha dinheiro pra isso mesmo, pois  muitas vezes sonhei com alguém aqui pra eu poder fazer academia, estudar, namorar e tal. Meu esquema atual é escolinha na parte da manhã pra poder frequentar as aulas, no resto do tempo sou eu pra tudo e às vezes é assustador, pois ela bagunça muito (vocês não tem noção). Dividi-la com alguém seria até uma higiene mental.

Eis que desde que ela nasceu que eu voltei ao mundo tatibitate - já estive nele antes, com Edu - e frequento mais pracinha, consultório e festa infantil do que livrarias e cinemas. Vejo muitas babás "em ação" e fico analisando o trabalho que executam. Melhor seria dizer vejo babás sem ação, pois as fofas em sua maioria estão ali só de presença física. No olhar você já nota que elas estão com a cabeça há quilômetros do seu filho. Raramente olham a brincadeira e quando a criança muda de lugar e elas tem que andar, a cara de enfado é de matar. 

E quando as crianças fazem algo de errado? Nessa hora a gente aproveita pra educar, mostrar que isso e aquilo não pode, o respeito aos coleguinhas, essas coisas. Quer saber como elas fazem? Não fazem nada. Ficam olhando o errado acontecer pra ver até onde vai dar, e se tiver que fazer algo simplesmente tira o pestinha do lugar pra acabar com o problema. Aprendizado? Vivência? Resolução de conflitos e ética? Não espere que elas estejam dando atenção a nada disso. E não acho que para fazer isso elas tivessem que ter o mesmo nível educacional que o nosso, são coisas inerentes ao cuidar de uma criança, coisas que eu vejo pessoas de qualquer "classe social" fazer. Eu vejo na fisionomia a cara de "tô me lixando, não é meu filho mesmo... contanto que não se machuque pra eu não levar uma bronca depois". 

Outros pais já conversaram comigo sobre isso, não é piração da minha cabeça. Outro dia o pai de uma coleguinha da Lara disse que chegou mais cedo do trabalho e pegou a babá (que nem é das piores) com o menino (1a e 6m) solto no jardim mexendo perto de onde o cachorro faz cocô e ela na outra ponta do gramado, pendurada no celular. Outra na praça estava com uma menina de uns 5 anos e esta passava praticamente por cima da minha filha na escada do escorrego porque não queria esperar e depois tentava empurra-la pela rampa. Ela estava olhando a situação, mas ou não achava nada errado ou é bem cretina mesmo. Eu mesma falei com a menina "olha, você não vai mais fazer isso certo? Ou espera sua vez ou desiste de brincar". Ela parou, não chorou nem ficou com raiva, só precisava de um limite.

Pra não dizer que nunca vi nada de bom, conheço uma, chamada Adriana, cuida de um menino de uns 5 anos. Uma fofa, brinca com ele, não dá tranqueira pensando no jantar, vive sorrindo, ensina coisas pra ele. Várias mães já "cantaram" ela pra trabalhar, pois é o sonho de consumo de uma mãe. Outra que não lembro o nome é tão atenciosa e sabe tudo da criança que demorei a sacar que não era a mãe. Mas são só duas num universo grande que conheci em quase dois anos. No geral, dá pena das crianças, e raiva delas.

Tô dizendo que não se deve ter babá? Não, às vezes é a única solução pra muita gente. Escolinhas tem horário rígido, fecham aos feriados, quando a criança está dodói não se pode levar e a pessoa precisa trabalhar. O que digo é que escolher uma é mais difícil do que eu pensava. Não é só pegar referência, ser higiênica e não falar errado. Minha escolha seria impossível! Eu precisaria conhecer o ser humano, o comportamento, a motivação daquela pessoa. Ia ficar meio louca com filho meu andando com uma pessoa que só está preocupada em não deixar ele morrer e manter as aparências pra quando eu chegar em casa.

Agradeço a Deus minhas dificuldades que nunca me deixaram ter uma babá, desejo sorte a quem tem e sabedoria pra ver se seus filhos estão bem. Não quis com este texto criticar ou ferir ninguém, apenas provocar a reflexão de pessoas que pensam que elas (as babás) são profissionais em cuidar de crianças e por isso não há com que se preocupar.


* Não mencionei babás que maltratam ou batem porque não é disso que estou falando. Esses casos são de crime e se eu pegasse, mesmo que nem conhecesse a criança, já saia na porrada, depois é que via como que ficava  #prontofalei





quinta-feira, setembro 15, 2011

Como é que faz?

Deu  no Jornal Hoje de segunda-feira (12/09): Nasce os gêmeos concebidos por casal onde ela já conta 52 anos e ele 88.

Fiquei pasma. Mas não foi pasma com a evolução da ciência pois acredito que eles já estão aptos a fazer muito mais (escolher características, clonagem) fiquei pasma foi com a "coragem" deles. Ele já teve filhos, sabe como é, sabe o trabalho e o tanto de disponibilidade que isso impõe. Disponibilidade de tudo: dinheiro, tempo, saúde, calma, paciência. É preciso muito de tudo isso pra formar bem um cidadão. Nem todo mundo tem, claro. Uns por negligência, outros por surpresas da vida. Você pode ser rico e jovem, mas ser um canalha. Péssimo pro filho do mesmo jeito. Tem gente com filho ainda bebê e descobre uma doença degenerativa, incapacitante - aí os fatores saúde e tempo vão pro beleléu.


Fiquei pensando: eles devem ter bastante dinheiro, ter garantido o futuro das crianças mesmo na ausência deles. Pode ser. Mas pra mim, como mãe, não bastaria. E se eu faltar? Quem vai estar ao lado deles? (a gente não pode afirmar que ele é que tem que ir primeiro não é?). 

Outra coisa  meio louca que fiquei pensando: Quem serão as crianças da família que estarão nas festinhas e brincadeiras com eles? Serão os bisnetos no pai deles. Os gêmeos já nasceram sendo tio-bisavô. 
Conhecer parentes geração anterior então nem pensar hein. É uma relação de família completamente diferente. Isso a mãe deve ter levado em conta, li que ela é psicóloga.

Não estou dizendo que tudo isso seja ruim. Muita gente nasce em situações tão normais e acaba sendo criado mesmo por avós, bem velhinhos. Já começar com esta perspectiva é que assusta.

Ou não? O que vocês acham?

terça-feira, setembro 13, 2011

O padrão é seu patrão?

E as misses hein? Anorexia ali bateu forte. Quando eu era criança era assim: modelo era palito, miss era gostosa. Agora todas são palitinhos. Quando elas desfilam de biquini, não tem voluptuosidade, não deve dar nem tesão nos supostos héteros que assistem concurso de miss (porque né?).

Aí como é que eu e você, que tem corpo normal, de gente que come comida de verdade, que almoça com a família, que trabalha, cuida de casa, enfim, gente que não tem toda uma rotina dedicada a ser bela faz com esse padrão? Porque é um padrão mesmo, nos é imposto. A mídia o tempo todo mostra através de filme, novela, publicidade, que bonito é daquele jeito, beeeem magrinha.

Eu já consegui ficar bem magra em relação ao que eu sempre fui. É bom? É. Qualquer roupa cai bem que é uma beleza, um jeans de supermercado com blusa branca já fica bem. Mas a gente não come quase nada, quase nada mesmo. Não tem essa de reeducação alimentar (RA). Com RA você fica saudável e perde uns quilos se você estava muito gordinho antes, mas se você não é gordo, apenas quer dar a afinada... sinto, ninguém fica magrinha com RA. 

E aquele discurso de "não vamos ligar pra padrão, cada um é lindo do jeito que é" - ahã, senta lá Layana. Funciona sim, enquanto você está dentro de casa. A massificação dessa mensagem que nos passam é tanta que não conseguimos  nos sentir bem por muito tempo. Surgem as comparações com amiga tal, com "como eu estava há x anos atrás", as lojas vendem roupas em tamanhos micro que nos fazem parecer elefoas e a indústria do bem estar martela que só é gordo quem quer e é por desleixo.
Essa seria "cheinha' hoje
Essa história não tem um  fim legal, ela é feita pra ser cíclica. As pessoas (mulheres na maioria) se esforçam pra ficar magrinhas, gastam um dinheirão. Aí não dura muito pois nosso biotipo não é aquele e não temos rotina de miss, toca fazer tudo de novo e gastar mais dinheiro ainda.

E o que que a gente pode fazer? Proponho pararmos de, sempre que encontrarmos alguém, tecer o famoso comentário "tá mais magro" ou "você deu uma engordadinha"... Comentáriozinho sem futuro não? Não acrescenta nada e só reforça este padrão.

Eu já faço isso, bora?

segunda-feira, setembro 12, 2011

Antigas Convicções x Vida Real

Vou entrar no assunto de supetão: Eu nunca tolerei muito esses brinquedos que imitam cozinha e área de serviço pra meninas. Sempre achei que era doutrinação machista pra perpetuar as mulheres bem Amélias, pra elas gostarem de cozinhar/lavar/passar - tanto é que não tem home theater rosinha de brinquedo, nem mini biblioteca com uma chaise pra relaxar. É só fogão, vassoura, geladeira, eca eca eca.

Aí veio minha menina, meu furacãozinho cacheado chamado Lara. Dia 19 faz 1 ano e 8 meses e vive imitando o que eu faço pela casa. E o que eu faço? Bom, ela imita digitar no note, imita ler livros... mas o que mais ela imita é - putz - varrer casa e mexer comida na panela! Que merda hein? Vocês acham que eu já não pensei em lhe dar uma vassourinha miniatura? Não só pensei como assim que achar compro uma, pois ela tem mania de quebrar cream crakers e jogar no chão (é que ela é gênia, o nome não é "craker"? deve ser pra quebrar né não?) nada mais justo que ela varra pelo menos esses farelos e a ração de gato que ela e sua gangue (Gobi, Cruel e Frodo) espalham.

Sério agora... meu discurso libertador de futuras ex amélias, cadê? Perdoe, não tem mais. Aqui em casa os direitos são iguais sim - Eduardo lava um wc que é uma beleza - mas entre os pais acaba sendo a divisão mais comum. Ele trabalha muuuuito pra manter o cafofo aqui funcionando, eu fico 90% do tempo em casa e não temos funcionária, sobra pra mim mesma o serviço chatérrimo de arrumar, cozinhar, passar e afins. Vou fazer isso escondido dela pra ela não me imitar e não acabar com minhas concepções? Never.

Até porque o mundo caminha para a extinção das empregadas domésticas na classe média. Estão cada vez mais caras e o brasileiro aos poucos vai vendo que, assim como na Europa, empregada todo dia é pra quem pode muito, não pra quem precisa (chore agora junto comigo). Então não dá só pra ensinar os filhos a estudar e - supostamente - ganhar dinheiro. Eles tem de saber fazer serviço de casa sim, sejam meninas ou meninos. Falando em meninos, tem conjuntinho de cozinha de brinquedo que não é rosa nem roxinho, perfeito pra eles brincarem juntos (você faz a baby alive dormir que eu faço a comidinha de massinha de modelar, bora?).


É isso, outubro tá aí com seu dia das crianças e esse lance de brinquedinhos retrógrados ligados ao mundo do trabalho duro a gente vai ver por aqui.

Raiva

Semana passada eu escrevi um post bem grande sobre algo bem ruim que presenciei numa tarde. Mas... usaram meu computador sem eu ver, fizeram login, saíram e não apagaram minha aba. Eu vim, escrevi tudo e não estava logada. Na hora em que eu dei "enter" sumiu tudo. não ficou arquivado nem aqui no meu blogger nem no do Gustavo (que fez a gentileza de não fechar minha aba).

Aí... depois eu escrevo  sobre aquilo tá? É muita coisa, muita reflexão e não sai assim, de uma hora pra outra. >ah mas não dá pra escrever de novo? Você não é jornalista, faz isso rapidinho... < É se eu precisasse (tivesse alguém pagando e cobrando hehe) eu escrevia mesmo. Mas vai sair quando der.