Bem Vindo

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sábado, fevereiro 16, 2008

Qual é a sua turma?

Faz um ano que venho explorando o site Orkut. Meu perfil lá já é mais antigo, a diferença é que se antes eu entrava, olhava se tinha scraps para mim e saía, agora fiz da página um meio de dialogar e entender as pessoas.

O Orkut tem uma coisa interessante que é a capacidade de fazer com que as pessoas subvertam a noção de privacidade. Existe o recurso de mandar mensagens (em que só quem recebe lê, igual a e-mail), mas todo mundo resolveu deixar o que quer nos scraps. E aí as pessoas ficam apagando para que nem todo mundo leia. Colocam fotos e mais fotos, mas quando percebem que alguém andou olhando seu perfil não gostam... Vai entender.

O melhor mesmo são as comunidades. São milhares, para todo gosto e público. Na maioria delas não se conversa nada. O próprio nome já indica uma preferência ou excentricidade da pessoa - vide "eu tiro meleca no trânsito" ou "Nunca terminei um caderno". Elas nada mais são do que as antigas listas de discussão na internet, em que um grupo com interesses comuns debatia um assunto. Claro que o Orkut foi mais além. Hoje você pode debater usando seu perfil, um perfil falso ou até postar anônimo, tudo liberado.

Como tudo pode, virou um campo ideal para conhecer os sentimentos mais profundos. Para desabafar o que ninguém pode dizer na vida real, saber a opinião de várias pessoas antes de tomar uma decisão, buscar informações sobre doenças, animais, produtos, viagens, religião, aberrações, pessoas, enfim... Tudo!

Tudo que a literatura e o cinema nos mostram como ficção está nos depoimentos dos internautas do Orkut. As comunidades que tratam do tema "odeio sogra" são simplesmente 396 só em língua portuguesa. Atreva-se a ler um pouco do que tem por lá e vocês acharão as vilãs de Manoel Carlos umas santas. Nelson Rodrigues também faria boa pesquisa por ali hoje em dia, já que não faltam comunidades sobre quem detesta as irmãs, trai o marido, deseja ninfetas e por aí vai. Freud então ia pirar na batatinha: é tanta gente apaixonada pela mãe, com traumas de infância e fobias diversas que ele teria de rever seus conceitos.
A maioria destas comunidades tem uma infinidade de tópicos e neles o pessoal troca informação e discute pra valer. Cheguei à conclusão de que a necessidade que o homem tem de conversar é imensa. Claro que todos podemos conversar aqui fora (no "mundo real"), mas aí reside o encanto do Orkut. Lá não é preciso hipocresia, ninguém pisa em ovos os respeita qualquer hierarquia. É verdade nua e crua a cada tópico. E isso encanta.


Parando para pensar um pouco, de novidade mesmo, não tem nada. É uma grande "pracinha" virtual, onde as pessoas com interesses comuns sentam pra conversar, discutir e fofocar. As fórmulas não mudam nunca...