Bem Vindo

Você que está sempre por aqui ou você que chegou agora, fique á vontade pra comentar, criticar, adicionar. Nem só da mente louquinha da autora é que o blog se alimenta!

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Lição do Ano


Este blog, se fosse gente, teria uma raiva danada de mim. O trato feito mulher de malandro, usando-o ao meu bel prazer, escrevendo só quando me dá na telha e abandonando-o quando a vida está mais colorida fora do mundo da web.

E este ano, se a vida não esteve colorida 100% do tempo, esteve bem movimentada. O ano passou rápido (todos dizemos isso) e a impressão que dá é que não deu tempo de fazer tudo.  Aliás, este tudo é bem difícil de definir... eu mesma não tinha uma "lista" do que fazer em 2008 (eu já deixei de lado este lance de resoluções de ano novo.) e não farei nenhuma para 2009.

De tudo o que aconteceu de bom e de não-tão-bom este ano (puxa, teriam rendido ótimas postagens!) o que mais levou à reflexão foi a súbita hospitalização de meu maridão. [Meu lindo foi atacado por um enxame de abelhas que lhe rendeu algumas complicações. Agora ele já está bem.]

No mesmo dia do acontecido, enquanto eu pegava umas roupas para levar ao hospital, meu filho estava inconformado com o golpe de azar e perguntava: "puxa, mas por que isso tinha que acontecer logo com meu pai?"

Bom, eu podia responder várias coisas. Poderia usar uns eufemismos e diminuir a seriedade da coisa. Poderia mesmo dar a tradicional resposta que todas as crianças odeiam "é, porque é oras!!!". Preferi ir direto ao ponto: "Edu, aconteceu isso com seu pai porque ele está vivo, trabalha, é saudável e feliz. Essa é a magia da vida: a surpresa. Nem sempre as surpresas são agradáveis, mas se você estiver vivo de verdade, elas acontecem dia após dia."

Seguiu-se um engraçado diálogo:
"Mãe, claro que é vivo de verdade... você tem cada coisa"
"Cada coisa não. Tem gente que não está vivo de verdade. Tem pessoas que não saem na rua, tem medo de tudo, são cheias de fobias, não se envolvem com nada com medo de se machucar. Essas estão vivas de mentira, só não estão mortas porque ainda respiram"
"Hehehe,  eu estou vivo de verdade, vivo me machucando"
"Pois é, e vai se machucar mais vezes, vai ficar doente de vez em quando, vai brigar com alguém. Esse é o encanto. A gente vem pra cá sem saber o que vai acontecer no próximo segundo. Se a gente já chegasse com o script todo pronto, não ia ter graça nenhuma"
"É... é mesmo, não ia ser legal pra gente. Mãe, e quando a gente chegar lá hein, será que o papai vai  poder me ver, será que a gente já vai poder trazer ele pra casa hoje?"
"Como eu disse, isso é surpresa. Quando eu chegar lá é que vou saber."

Ele estava bem, mas depois se complicou e passou uns dias internado, fez até umas hemodiálises. Foi interessante notar que a frase "na saúde e na doença", que os casais ouvem do padre, fez todo o sentido nestes dias. Pensei em descrever para vocês o quanto é válido cuidar de quem a gente ama muito, só pra ter mais certeza do quanto a gente ama muito, mas ia ficar um texto muito cor-de-rosa e floreado pro meu gosto. Até porque o diálogo sobre a vida que eu e Edu tivemos é desses que todos os pais deveriam ter com os filhos - poupa conflitos psicológicos e é verdadeiro.

Ah, e teve a pergunta final:
"Mas mãe... afinal de contas..... assim..."
"Fala menino!"
"O que é script hein?"

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APROVEITANDO....

Pra quem leu o post "Again", aqui vai a attualização, que poderia se chamar Once More:
Meu meninão, incrível, mega, master recebeu pela 3° vez o Top Student lá do curso de inglês dele. Eu não estou besta de orgulho não, isso é invenção do povo...

quarta-feira, julho 30, 2008

Again


Olhem o que é capaz de fazer uma mãe orgulhosa, daquelas que quando tem uma novidade sobre o filho sai ligando para todo mundo: não liga, escreve no blog e projeta os feitos do filho internet à fora.


Pois é, peço licença dos temas sérios, das polêmicas e das idiossincrasias do mundo e contar para vocês que meu filho foi top student (o estudante com as melhores notas) do curso de inglês dele de novo, pois é, again e isso me deixa muito orgulhosa dele.


O danadinho é esforçado mesmo e sempre gostou de estudar. No início eu achava que era euforia de criança pequena, já que toda criançinha, no meu tempo, só tirava nota boa. Se bem que já descobri que infelizmente hoje as crianças estão mais dispersas e tiram muita nota baixa e ficam de recuperação - pasmem - já na alfabetização.


Depois que ele passou da 1° e da 2° série eu vi que realmente o fofuxo é bom de briga. Quando não sabe vem, pergunta, se não consegue fazer um dever fica estressado e quando acha que não está entendendo não desiste até que todos da casa passem ali ao lado dele explicando o tema de outra forma.


Ele é melhor do que eu era na idade dele (quando pequena eu tirava nota alta, mas porque minha mãe vivia em cima, era um saco, parecia aqueles filmes em que a criança é obrigada a ser perfeita). Eu não fico no pé. Dou aquela cobrada regulamentar só pra manter a disciplina e marcar território, nada mais. Li muito sobre educação e como incentivar as crianças a gostar de ler e ir pra escola, algumas coisas deu pra pôr em prática, outras nem tanto. Acho que o segredo é fazer com amor e dar exemplo. Conheço criança que não tem livro em casa e nunca vê os pais lendo ou discutindo algum assunto diferente, essas se espelham em quê? Novela da mãe e futebol do pai, só pode.


Bom, vou tirar meu babador agora, fica chato falar bem de filho. Ele tem seus erros também. Tem algumas frescuras para comer, as vezes acorda com um mau humor do cão e é genioso. Agora, vamos combinar que eu não trocaria a qualidade de top student-nota-dez por fome de berinjelas, rúculas e afins. Isso daí ele aprende a comer depois (quem sabe pra impressionar uma garota um dia?) mas educação se constrói cedo e é pra vida toda.


Beijos pra vocês e seus lindinhos e lindinhas. E lembrem: vamos botar essa galerinha para ler bons livros.


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INDICO: Histórias de bruxa boa - Lia Luft

Pedrinho Pintor e outras histórias - Ruth Rocha

Coleção Capitão Cueca - Dav Pilkey

Pão quente e cenouras frescas - Elaza César Saloutti

Eca! A enciclopédia de tudo o que é nojento

Revista Recreio - Toda semana nas bancas

segunda-feira, julho 28, 2008

Reclamações Acadêmicas


Alguém aí já fez trabalho acadêmico? Espero que sim (não quero ter a sensação de sofrer sozinha...). Tem coisa mais maluca que a escrita de um trabalho desses? A gente passa um tempão estudando, outro tempo fazendo uma pesquisa e fica com o assunto na ponta da língua, mas na hora de escrever tem que seguir tantas regras e tabulações que a texto sai parecendo a cara da bruxa do 71. O pior: o texto de centenas, milhares de acadêmicos sai parecido demais.

No início eu achava tudo muito difícil, mas depois fui percebendo que tem meio que uma "receitinha de bolo" pra fazer estes textos. Escreve tal coisa aqui, tal coisa acolá e catapluft, o seu relatório, monografia, tese, dissertação ou qualquer coisa que valha nota e certificado está pronto.


Tem coisa mais corta tesão que isso? Na minha concepção cada assunto tem um jeito de ser abordado. Um trabalho que descreve a cultura alimentar da comunidade de Serrinha dos pintos não deveria ter o ritmo parecido com a tese que descreve uma nova equação matemática. Pra mim, texto tem ritmo, cor, sabor e se duvidar tem até cheiro (os textos do blog do dudu são tuti-fruti). Fala sério... se alguém me disser que gosta de escrever textos acadêmicos eu faço uma postagem-baba-ovo só pra este virtuose letrado.


Tudo bem que eu estou um pouco irada por passar duas semanas fazendo meu relatório, que nem ficou tão grande assim. Alguns professores já me explicaram que existem normas para este tipo de texto porque eles precisam ser lidos por pessoas que vão ler vááááários de uma vez só. então é necessário saber previamente onde se vai encontrar certos tipos de informação e tal. Mas vem cá, será que essa galera conhece uma invenção chamada índice? E caso o texto fosse tão ruim que o leitor não conseguisse prosseguir não seria um bom motivo pra mandar o pesquisador dar tratos à bola e melhorar o texto?


"Não, Layana, não dá pra ser assim! O país tem que produzir conhecimento, não dá pra ficar fazendo o texto voltar. O que importa é a pesquisa que foi feita. Além do mais, nem todo mundo tem talento pra escrever" Esta foi a explicação que ouvi ainda no curso de jornalismo, há anos atrás. Ahhh tá, quem faz graduação e pós-graduação não precisa "necessariamente" saber escrever bem... putz! E eu achando que era tipo uma condição sine qua non , então é por isso quelivro de auto-ajuda vende tanto e nossos textos acadêmicos são desconhecidos pelos brasileiros. É porque ao invés de fazer um bom texto, fazem "texticulos" - aí fica mesmo um saco não é?


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Não dá pra deixar pra depois: Parabéns Adriana e Rogério, seu filhote é lindão, puxou o primo!

segunda-feira, junho 23, 2008

Coisas de brasileiro



Estou prestes a ser tia. Não tia na acepção corretíssima da palavra porque nenhum irmão meu está pra ter filho, mas a cunhada está! Então me abracei com o título de tia que posso ser e aproveito pra vivenciar uma gravidez de perto, só que desta vez, como mera expectadora. E foi como ouvinte que ela me contou algo que eu já sabia: as pessoas são muito mal educadas com as grávidas e os idosos nos ambientes públicos e anônimos. Não dão assento no ônibus e torcem o nariz pra dar lugar nas filas. Caixas prefenciais nos supermercados são invadidos por pessoas "com pressa" e a maioria dos fumantes parece querer deixar o futuro pimpoplho "no grau" de tanta fumaça.




Enquanto me compadecia com as agruras de Adriana, ia juntando tomé com bebé aqui na minha cabeça pra tentar entender este fenômeno. Considero fenômeno simplesmente porque ainda que a educação em casa esteja falida e a da escola esteja a um passo da bacarrota, a maioria das pessoas já conviveu com uma grávida ou tem idoso na família e sabe quais são as limitações. Isso sem contar que são situações pela qual todo mundo pode passar um dia - já que para ficar idoso basta não morrer cedo e pra engravidar... bom, você já deve ter uma boa noção... - então não acho lógico que se trate com tanta indiferença alguém que está numa situação tão comum.




Comum? Será que estaria aí o x da questão? Será que antigamente os velhos e grávidas circulavam menos em público e por isso quando eles apareciam eram cercados de cuidados? Foi um chute, mas pode até ser verdade. Os idosos eram mais poupados, a velhice era cercada de tabus... Mulheres barrigudas não batiam perna por aí ao léu, não trabalhavam e a gestação era cercada de medos e de não-pode-isso, não-pode-aquilo. Então dar preferência para este público não devia ser tão complicado. Hoje os vovôs não param em casa e as grávidas menos ainda (some-se a isso que hoje a "idade pra ser mãe" está entre os 15 e os 45, a julgar pelo que vejo na rua).




Minha própria explicação não me contenta. Teimo em achar que há uma explicação muito mais mesquinha para isso tudo. Sempre penso que no fundo no fundo as causas para os desvios de nossa sociedade são econômicas. Vejo uma noção pouco clara de civilidade na cabeça das pessoas, que hoje se vêem muito mais como clientes.




O mesmo sistema que nos oferece de tudo o tempo todo nos torna clientes 24 horas por dia. Hoje somos, antes de tudo, consumidores e quem tem este tipo de mentalidade odeia pensar que está perdendo alguma coisa. O passageiro que está no ônibus e finge dormir ou olhar pela janela para não oferecer lugar expressa que pagou pelo direito ao assento tanto quanto a grávida e mais que o idoso - que aqui em Natal não paga. A lógica dominante é a do "eu paguei e tenho direito de estar aqui, a empresa que tem que pôr mais ônibus para que todos sentem". Já ouvi pessoas conversando que os idosos tem mania de ir ao banco nas piores horas só porque não pegam fila e que gostam de ficar dando rolé pela cidade nas horas de pico, dificultando a vida de quem trabalha.




A mesma lógica torta funciona no supermercado onde nem a pessoa de carrinho cheio quer esperar nem o dono quer ver caixa ocioso quando tem gente querendo comprar. Por isso é tão comum ver o caixa preferencial ocupado por gente nova, sem deficiências físicas nem barrigão.




O brasileiro joga lixo na rua não só por ser nojento ou ter preguiça de procurar uma lata, mas porque inconscientemente sabe que está pagando pelo servico da limpeza pública e acha que tem "direito" de "usar" o serviço. Antes eu achava que era o contrário, que sujavam e depredavam por achar que era de graça, mas depois de tanto ouvir as conversas de gente comum estou certa de que a grana é e sempre será o que constrói e corrói coisas belas.

sexta-feira, maio 16, 2008

Aviso aos navegantes

Pessoal é o seguinte: Notei que por vezes eu deixava de usar certas palavras ou expressões por pensar que nem todo leitor entenderia aquilo.

havia esquecido que aqui não é papel, é a internet! Então agora escreverei livremente, como gosto, fazendo relação com elementos da cultura geral ou usando palavras estrangeiras, só que onde a coisa pegar pra esse lado a palavra estará com um link ok? Passe o mause por cima e se precisar de informação clique no link e você terá uma luz sobre as trevas.

Ficamos assim então, ninguém me acusa de falar difícil e eu não chamo ninguém de anta tá?
Beijos queridos! Curtam a postagem.

sexta-feira, abril 18, 2008

Politicamente Incorreta


Nos últimos dias tenho sido importunada pela expressão Politicamente Correto. Importunada é bem a palavra, pois politicamente Correto (vamos usar agora PC certo?) é algo tão difícil de definir o que é que começo a achar que não existe.


Tudo começou quando o governo quis editar uma espécie de cartilha com certas expressões que deveriam ser exterminadas e trocadas por outras [ tipo não dizer que a pessoa é preta, mas afro descendente] . Como se já não bastasse a imbecilidade da turma de Brasília de fazer este índex, de expressões, nossa gente brasileira ainda por cima achou que aquilo era sério e começou a seguir.


Juro que quero pensar que a mídia, os jornalistas e qualquer um que fale em público engoliram isso com a sincera ilusão de que diminuiria o racismo ou o desrespeito às minorias. Só pode ser gente... porque trocar o bom e velho português, as palavras simples e destituídas de maldade que temos (a maldade está principalmente no ouvidinho do interlocutor) por umas expressões que mais parecem bula de remédio, só pode ser coisa de quem acha que está fazendo um bem enorme.


Vejamos, trocar negro ou preto por afro-descendente já é ridículo. Até porque eu que sou branquela deveria então ser chamada de euro-descendente. O cara que é cego, cego total mesmo, leva nome de deficiente visual - e eu já vi: pessoa desprovida de acuidade visual proficiente. É cômico, mas pegou de um jeito esta píííí desta moda que ninguém mais quer escrever as coisas como elas são. Faxineiro agora é auxiliar de serviços gerais, mas o salário é de quem limpa latrina mesmo.


Faço um apelo à vocês todos. Pensem um pouco sobre isso. Não passa de eufemismo barato, algo que só ridiculariza ainda mais as ditas "minorias", já que falando assim, de forma escondida, suave e tatebitate a gente impede que a pessoa reclame ou se manifeste. Como é que alguém gordão feito um porco no lixo vai reclamar de preconceito se a pessoa diz que ele está "lateralmente expandido"?


Sei que algumas expressões já colaram e estamos usando, mas evitemos colecionar este tipo de infâmia que só mostra o quanto somos mesquinhos, hipócritas e elitistas. Sejamos tudo isso, mas sejamos corajosos também. Quer chamar o cara de viado, de gayzão, chama pô, mas arque com as consequências. Agora se você acha que ele vai se ofender com isso, chame o cara pelo nome - o nome dele, não o da noite - e respeite as pessoas de verdade!


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Peguei pesado hoje né? Cruzes! Mas tem diversão também. Na minha pesquisa para uma imagem que ilustrasse a postagem cheguei a esta listinha caótica de possíveis "expressões politicamente corretas":


1 - "Ele é um idiota!"

"Ele tem um desenvolvimento craniano mínimo."

O cara fica até sem saber se reclama ou não hihihi

2 - "Ele é um fracassado!"
"Ele ainda não descobriu sua vocação." Essa todo mundo já usa


3 - "Ele é tímido!"
"Ele é extrovertidamente minimalista." Nem teve graça essa


4 - "Ele é baixinho!"
"Ele é anatomicamente compacto." Parece comercial de carro


5 - "Ele é gordo!"
"Ele é anatomicamente bilateralmente expandido."

Faz cinco meses que eu parei de me expandir


6 - "Ele é magrelo!"
"Ele é anatomicamente bilateralmente atrofiado." Acuma???


7 - "Ela transa muito!"
"Ela é um romântico automatizado."


9 - "Ele come que nem um porco!"
"Ele tem um distúrbio anoréxico reverso."


10 - "Ele ficou de pica dura!"
"Ele teve um breve momento introspectivo erótico." Pô foi breve, que pena!!!


11 - "Ele é um perdido na vida!"
"Ele está a descobrir caminhos alternativos."


12 - "Ele está ficando careca!"
"Ele está em fase de regressão dos folículos capilares." Sem comentários...


13 - "Ela tem um bundão!"
"Ela produz um enchimento de calça perfeito."


14 - "Ela tem uns peitão!"
"Ela possui vantagens de amamentação invejáveis."


15 - "Ele peidou!"
"Ele foi gastronomicamente expressivo." Essa eu vou usar só se sacanagem


16 - "Ele tropeçou!"
"Ele acidentalmente ficou na horizontal."


17 - "Ele é horroroso!"
"Ele é facialmente disforme."


18 - "Ele é fedorento!"
"Ele é naturalmente perfumado."


19 - "Ele só tem merda na cabeça!"
"Ele desenvolve episódios de inversão retal-craniano." Um prêmio pra que inventou essa.



sábado, fevereiro 16, 2008

Qual é a sua turma?

Faz um ano que venho explorando o site Orkut. Meu perfil lá já é mais antigo, a diferença é que se antes eu entrava, olhava se tinha scraps para mim e saía, agora fiz da página um meio de dialogar e entender as pessoas.

O Orkut tem uma coisa interessante que é a capacidade de fazer com que as pessoas subvertam a noção de privacidade. Existe o recurso de mandar mensagens (em que só quem recebe lê, igual a e-mail), mas todo mundo resolveu deixar o que quer nos scraps. E aí as pessoas ficam apagando para que nem todo mundo leia. Colocam fotos e mais fotos, mas quando percebem que alguém andou olhando seu perfil não gostam... Vai entender.

O melhor mesmo são as comunidades. São milhares, para todo gosto e público. Na maioria delas não se conversa nada. O próprio nome já indica uma preferência ou excentricidade da pessoa - vide "eu tiro meleca no trânsito" ou "Nunca terminei um caderno". Elas nada mais são do que as antigas listas de discussão na internet, em que um grupo com interesses comuns debatia um assunto. Claro que o Orkut foi mais além. Hoje você pode debater usando seu perfil, um perfil falso ou até postar anônimo, tudo liberado.

Como tudo pode, virou um campo ideal para conhecer os sentimentos mais profundos. Para desabafar o que ninguém pode dizer na vida real, saber a opinião de várias pessoas antes de tomar uma decisão, buscar informações sobre doenças, animais, produtos, viagens, religião, aberrações, pessoas, enfim... Tudo!

Tudo que a literatura e o cinema nos mostram como ficção está nos depoimentos dos internautas do Orkut. As comunidades que tratam do tema "odeio sogra" são simplesmente 396 só em língua portuguesa. Atreva-se a ler um pouco do que tem por lá e vocês acharão as vilãs de Manoel Carlos umas santas. Nelson Rodrigues também faria boa pesquisa por ali hoje em dia, já que não faltam comunidades sobre quem detesta as irmãs, trai o marido, deseja ninfetas e por aí vai. Freud então ia pirar na batatinha: é tanta gente apaixonada pela mãe, com traumas de infância e fobias diversas que ele teria de rever seus conceitos.
A maioria destas comunidades tem uma infinidade de tópicos e neles o pessoal troca informação e discute pra valer. Cheguei à conclusão de que a necessidade que o homem tem de conversar é imensa. Claro que todos podemos conversar aqui fora (no "mundo real"), mas aí reside o encanto do Orkut. Lá não é preciso hipocresia, ninguém pisa em ovos os respeita qualquer hierarquia. É verdade nua e crua a cada tópico. E isso encanta.


Parando para pensar um pouco, de novidade mesmo, não tem nada. É uma grande "pracinha" virtual, onde as pessoas com interesses comuns sentam pra conversar, discutir e fofocar. As fórmulas não mudam nunca...

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Entrevista com Dona de Casa



A apresentadora de um programa feminino de variedades pergunta à D. Maria, uma jovem senhora:

- A senhora pode contar aos nossos telespectadores quais são as atividades de uma típica dona de casa deste bairro?
- Ah, sim... De manhã, levo os meninos ao colégio. Depois, na volta do colégio, tenho três horas de atividades sexuais...Então, meu marido e filhos chegam pro almoço, almoçam, ele volta pro trabalho e as crianças vão fazer os deveres.Aí, tenho mais algumas hora de atividades sexuais até à noite, quando jantamos e vamos todos pra cama!
- Minha nossa! Desculpe, mas a senhora pode nos explicar em que consistem essas atividades sexuais?
- Ah, lógico, explico sim! Atividades sexuais é fazer tudo o que é foda : varrer, passar pano no chão, lavar a roupa, arear as panelas, lavar cachorro, arrumar camas, costurar, passar roupas, lavar banheiro, limpar os vidros e etc.

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Li isto e não resisti. Coloquei aqui para vocês lerem.
Na verdade o assunto que eu queria tratar hoje é horrível, hediondo quase. E foi pesquisando sobre ele que cheguei nesta piadinha infame acima.

Não sei se todos ficaram sabendo, mas agora o "guverno" resolveu que os trabalhadores rurais que labutam em assentamentos vão ter o direito de contar o tempo em que passaram esperando a liberação da terra. Repito - todo o período em que este povo passa naqueles barracos fazendo confusão e vivendo não-sei-de-quê (do bolsa família só pode...) vai contar pra aposentadoria deles.

Só pode ser piada com o povo brasileiro. Lula deve achar que a classe média está achando pouco pagar imposto pra ele dar bolsa pra um monte de gente que não quer trabalhar nem estudar, os seguros maternidade que as mulheres estão tirando no interior para os maridos comprarem moto e a farra dos cartões de crédito que só agora o TCU resolveu olhar.

Essa aposentadoria do agricultor já é uma coisa altamente subjetiva. Difícil comprovar se o cara trabalhou por anos mesmo, se trabalhou. Pior é que eles não contribuíram!!! O governo achou por bem bancar a aposentadoria deles pra evitar um "holocausto" por falta de renda no interior e não deixar que viessem pra cidade. Beleza, o povo engoliu. Agora colocar no bolo o tempo que os sem terra ficaram lá esperando foi um golpe duro.

Por isso a piadinha do início. Entendi porque dizem que este país é uma zona. A gente só se fode mesmo...

segunda-feira, janeiro 14, 2008

A Revolução dos Bichos*





Esta semana eu andei envolvida com a vida animal. Estive pelejando a adoção de uma ninhada de gatinhos. Eles são a coisa mais fofa, como qualquer filhote, não importa a espécie, filhotes são fofos. Mas não consegui. São cinco e talvez eu só consiga um dono para um deles.

Sei que tem muita gente que não gosta de gatos, seja lá qual o motivo. Eu gosto e muito. Infelizmente não são só os gatos que sofrem abandono, negligência e maus tratos. Cachorros sofrem também. É só andar pelas ruas: pencas de cachorros e gatos com fome, doenças e pulgas. Males do mundo moderno, dizem alguns. Não dá pra salvar o mundo, dizem outros. Há quem ache também que existe coisa mais importante para nos preocupar. Concordo em parte com tudo isso.

O que me revolta e que não concordarei nunca é que a maior parte destes bichos que andam por aí são resultado da negligência do ser humano. Como? Diga se você não conhece alguém que deixa de castrar seus animais porque é “maldade” ou porque “gosta de ver filhotes” ou é “contra a natureza”. Pois bem, são estas mesmas pessoas que depois do desmame dos filhotes os coloca numa caixinha e deixa num lugar qualquer, bem longe de casa. Bonito né?

Abandonar seres indefesos a própria sorte não é maldade? Maldade é castrar num veterinário limpo e com anestesia? Eu ainda não entendo a cabeça das pessoas nesta situação. Vocês leitores, por favor, pensem um pouco e jamais façam campanha contra castração de animais. Eles não têm culpa em se reproduzir.
* O título eu "peguei emprestado" do romance de Goerge Orwell
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Mudando de assunto: Leitores mais antigos vão lembrar: Num texto de 05 de abril de 2006 comentei que a Praia de Ponta Negra ia continuar do jeito que estava – dominada por estrangeiros e prostitutas – mas o governo insistia em dizer que com as novas medidas a praia voltaria a ser cenário de casais em férias, crianças e famílias natalaneses. Passados quase dois anos eu, que nem faço previsão do futuro acertei. É só ir lá conferir. À noite então a situação é lastimável e decadente. Bares caros, “moças” com roupas mínimas, hippies ocupando o calçadão. Tudo muito feio.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Diante de um Bolo!




BARRIGA: Uau! Estou apaixonada, nunca vi nada assim tão maravilhoso! Olha o recheio tá derretendo!!!

CÉREBRO:Mas uma fatia vale 1000 cal.

BARRIGA: É verdade, ma só comi uma maçã no café da manhã, e desde que nao coma mais nada hoje, estarei na minha cota.

CÉREBRO: Você sabe que sentirá fome depois.

BARRIGA: eu quero bolo agora.

CÉREBRO: Está bem, coma o bolo se é tão importante pra você.

BARRIGA: Huuummm! Delicioso, divino, eu te adoro!!

CÉREBRO: Você sabe que é apenas um bolo? Ele não dá todo amor e apoio que você precisa.

BARRIGA: Puxa, era só um bolo. O prazer acabou rápido demais. Agora estou morrendo de culpa!

CÉREBRO: Eu bem que avisei... Não teria sido bem melhor comer uma salada com pedaços de frango e uma fatia pequena de sobremesa?

BARRIGA: Você tem razão, sou uma idiota. Nunca mais vou comer bolo na minha vida...Nossa olha aquele pedaço. Já que estraguei tudo mesmo, vou aproveitar e pedir também.

CÉREBRO: Isso dá 3mil calorias!

BARRIGA: Sai fora cérebro!!!Não me importo.Ah, eu me odeio.



Excluindo os magros por natureza, todo mundo já passou por isso...

Estou começando uma reeducação alimentar. Aos poucos e sem muito alarde, mas pretendo trocar meus quilinhos a mais por algo que valha mais a pena. Só que antes o meu cérebro precisa começar a vencer da minha barriga. Para ter uma ideia da situação o cérebro hoje perdeu feio, e olhe que a barriga nem precisou pedir muito. Também.... a ditadura da beleza exclui os cheinhos de tudo. Mulher então, passou do peso é gorda!


Tenho um amigo que diz que um homem "buchudo" pra sociedade continua sendo um homem, e que uma mulher "buchuda" não passa de uma baranga, ninguém dá valor. Eu não vou conseguir mudar a sociedade toda. É mais fácil eu perder uns quilinhos. Quem sabe se eu convencer meu cérebro de que é pra minha saúde ele fique mais esperto?