Bem Vindo

Você que está sempre por aqui ou você que chegou agora, fique á vontade pra comentar, criticar, adicionar. Nem só da mente louquinha da autora é que o blog se alimenta!

sexta-feira, outubro 22, 2010

O fim da história


Eu tenho uma historinha pra cada um dos meus pestinhas filhos. E vivo contando isso pra eles como se realmente a coisa fosse assim ou eu tivesse certeza. Quando eu era criança vi um filme na sessão da tarde que mostrava um céu cheio de criancinhas-anjo que eram enviadas pra nascer de acordo com a personalidade que tinham. Provavelmente um filme com alta influência kardecista. No filme as crianças tinham altos diálogos tentando convencer Deus a mandá-las pra essa ou aquela família e às vezes o criador ia buscar uma que atendesse o desejo dos pais (se estes merecessem). Infelizmente não faço idéia de que filme seja este, acho que eu era mesmo muito pequena quando passou.

Então eu sempre fico imaginando que tipo de diálogo eles devem ter tido "lá" pra vir pra mim. O do Dudu, que foi surprise foi dele com o cara lá de cima:

- Quero ser filho daquela moça ali!

- Tem certeza? Ela não tá pronta... é nova demais... sei não hein.

- Ótimo, eu quero mais é quizumba!!!

Outro ponto é que a gente sempre brinca que nossas características físicas são “conseguidas” ficando na fila lá do céu. Tipo: quer olhos claros? Meses na fila! Quer cabelo cacheado? Não precisa fila, vem de graça, pra liso demora... e por aí vai (eu fiquei um tempo na fila do cabelo liso, mas desisti pra entrar na da inteligência, agora tome-lhe escova)

E o diálogo seguiu:

- seguinte, quer ir pra lá, vai pra fila do cabelo liso, que ela diz que de ruim já basta o dela.

- ahhhh fila é um saco.

- Vai por mim, é isso ou vai viver de cabeça raspada.

Pra Lara eu vivo dizendo que foi mais ou menos assim:

- Essa é a fila do cabelo liso?

- É, vai encarar?

- Vou né, minha mãe quer porque quer, não quero começar já devendo isso.

- já passou nas outras?

- algumas: cílios de diva, inteligência, fofura, meiguice, esperteza... tá garantido, dizem que tá foda difícil lá embaixo.

Dias depois...

- Ufa, cabelo liso na cabeça, “só” falta o resto.

- Ei, você que vai ser a Lara?

- Sim, porquê?

- Se apressa que sua mãe não agüenta mais e você vai nascer 10 dias antes. Corre pra pegar o que falta!

- Lascou! Bom vou pra fila da boca, o olho vai castanho mesmo, que não pega fila.

- Boca, pra hoje, só tem fina.

- Tá vai fina mesmo, manda. Ei, peraí, fina é da minha mãe, essa aqui é só um risquinho, tá de brincadeira?

- Falei que pra hoje não tinha mais, mas olha chegando lá você dá o troco nela.

- Como?

- Chupe dedo!

E assim chegou minha Lara, de cabelo liso, boca de risquinho e chupadora de dedo, mas eu tô adorando.



sexta-feira, outubro 08, 2010

O "Boca" tomou um banho de loja

Diz se este novo Layout não ficou um luxo? Eu amei. É a síntese do que se passa na minha cabeça o tempo todo.

Sou multifocal, sou colcha de retalhos. Lavo louça pensando no livro de Vírgínia Woolf, assisto aula e lembro da Lara, dirijo pensando no Dudu, compro legumes no mercado morrendo de vontade de comprar um sonho e um doritos, faço dieta comendo bolo com coca diet (gente a coca é diet, foco na coca ok?), vejo novela, odeio novela...

Acho que todo mundo é assim, se dar conta disso é que pode ser diferente. É ruim? Acho que não, afinal, toda colcha de retalhos no fim, fica linda.

Bebês x limpeza - a luta desigual


Bebê agora já vai pro chão engatinhar e revirar o mundo descobrindo tudo. E não é o chão com tapetinho ou limitado por um chãozinho emborrachado. É chão duro, da casa toda! Aí já viu né, minha casa nunca foi tão varrida, tão repetidamente varrida como ultimamente. O problema: é uma casa, tem jardim, tem quintal, aqui faz calor, tem que manter portas e janelas sempre abertas e não para de entrar aquela poeira fina, mistura de areia, partículas de grama e sei lá mais o quê. O que sei é que se você varrer e passar o pano, daqui à 20 minutos por passar o pé e sentir que já está "sujo" de novo.

Daí que eu sou bipolar né... tem dia que eu não tô nem aí. Varro somente e deixo ela circular livre e só retiro do caminho papel e objetos engolíveis. Mentalizo que assim ela ganha anticorpos e sua dose de vitaminas S e P (poeira e sujeira). Mas.... tem dias que eu surto e saio limpando feito louca, lavando brinquedos e tal. Hoje eu estou coluna do meio: não surtei na limpeza, mas improvisei umas joelheiras - princesas não tem o joelho escuro de tanto engatinhar - e estou atrás dela feito um pajem.

Fica a dúvida: Por que meu Deus, por quê o chão não é autolimpante?



quarta-feira, setembro 29, 2010

Um pouco de tudo - e muito sobre nada

Oi Pessoas (antes eu dizia galera, mas devido ao século sem postar, pessoas fica mais apropriado...)

Já repararam como0 o mundo está barulhento?

Moro numa casa térrea, não sei que quem mora em apê tem a mesma sensação, mas é barulho alto o dia todo. Fora os carros de som desta época eleitoral - que são proibidos (oi?) mas eles fingem que não - tem carro de vender fruta com som muito alto, vendedor de picolé com uma gravação deveras irritante, cachorros que parece que viram o demo... Parece que todo mundo se deu o direito de gritar no nosso ouvido. No centro da cidade então...

Às vezes eu acho que estou ficando cri cri. Não vejo ninguém achar isso ruim, pelo menos ninguém comenta. Vai ver acostumaram, acham aquilo normal. Eu acho um desrespeito à paz de cada um. Já notaram que uma caminhada de meio quilômetro num parque cansa menos que meio quilômetro num centro comercial?


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Por falar em eleição, tô mais enrolada que carretel pra escolher em quem votar. Também, tanto candidato m.... vou fazer minha cola em papel higiênico, é mais adequado.

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Lara só quer ficar de pé. Alguém precisa explicar pra ela que é tempo de engatinhar. Não tem jeito, com ela é de pé, segurando nas coisas e tentando andar a todo custo - só não sei pra onde.

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Edu e seus dramas: "mãe, preciso cortar o cabelo, meu pai obriga. Mas ó... não quero que amoça mude nada viu. (alooouuuuu, me explica como faz?)

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Minha faculdade é ótima, as disciplinas são instigantes, mas cadê tempo pra ler as obras? No momento estamos com A tragédia do Dr. Fausto, de Marlowe e Mrs. Dallowey, de Virgínia Woolf. Eu sempre umas 40 páginas atrasada em relação à turma. Mas eu chego lá.


sábado, junho 12, 2010

O dia em que Lara virou verbo


Eduardo, o filho grande e adolê aqui de casa, sempre foi exímio inventor de palavras - como toda criança - mas o legal é que ele inventava coisas que faziam sentido, tinham lógica. Por exemplo, eu dizia: "filho você é meu tesouro" e ele rebatia com "mamãe você é a minha tesoura". Quando ele se arranhava brincando, chegava dizendo que tinha um arranho na perna, eu explicava que o certo era arranhão e ele: "não mãe arranhão é grande, esse aqui é só um arranho mesmo" ah tá... Também gostava de empolar a fala pra se fazer de criança prodígio e dizia coisas como "o meu engasgamento aconteceu na hora da engolição".


Tudo isso passou depois dos 8, 9 anos de idade (que bom, e que pena também). Eis que agora, aos 11, Edu voltou com tudo. Num processo muito louco e fofo ele faz do nome da irmã o substituto perfeito para verbos, advérbios e adjetivos. A troca é tão espontânea e perfeita que não provoca dúvida nunca, quem ouve entende na hora qual palavra foi substituída pelo correspondente nessa nova gramática laral aqui de casa.


Na língua de Edu, Lara é verbo:

"Tadinha, está larando sozinha ali no berço" (brincando)

"Oi irmã, larou muito hoje? Já está de barriguinha cheia?" (mamou)

"Quando será que ela vai deixar de larar deitada para larar em pé?" (arrastar-se e andar)


Lara é advérbio:

"Eu já sabia, pelo cheiro, que ela estava toda larada" (isso mesmo que você pensou aí)

"De manhã o tempo passa tão laramente né mãe?"(calmamente)

"O bebê da sua amiga não tem um jeito assim, tão laral" (como ele consegue isso meu Deus?)


Lara vira até adjetivo:

"Eeeeeca golfadas! Sua... sua larenta" (nojenta... ai ai ai)

"quando quer dormir né.. fica toda larosa"(dengosa)


Já estou resignada com o fato dele ter transformado o nome da irmã num caso doméstico de gramaticalização (sinto agora mesmo o olhar inquisidor e reprovante da Prof. Angélica*). Quando penso que a matéria que ele mais gosta nem é português eu concordo com quem já concluiu que uma grande quantidade de aulas pode não tirar uma pessoa do analfabetismo funcional, mas muitos e muitos livros lidos com certeza solidificam os conceitos e regras de uma língua.


E eu, nota-se, fico muito, mas muito gabola da sapiência do meu rebento!


* Doutora Maria Angélica Furtado da Cunha, professora - agora titular - do Departamento de Letras da UFRN. Uma grande figura de 1,50m de altura e quiilômetros de pura sabedoria linguística. Que ela me perdoe a petulância de achar de posso falar de gramaticalização, mas aqui é só um humilde blog... "num mata não".

quinta-feira, maio 20, 2010

Vai um pelo menos???


Aqui é casa de glutão. Comemos muito e sempre. Já cheguei à conclusão de que gastamos muito mais com comida do que seria razoável para uma família de 3 pessoas (Lara ainda come por tabela, no meu peito).


Isso é problema? Não né, enquanto houver limite de cartão hehehe, brincadeiras à parte o "problema" aqui na verdade é uma discordância quanto a certos cardápios. Concordamos sempre em relação a comer quilos de salada, sucos e aos nossos pratos prediletos (churrasco, e "Marry Poppins" *) A discórdia vem quando maridex resolve comer coisas que eu não classifico como comida.


Calma que ele não come perna de cadeira não, mas de vez em quando chega aqui com chambaril, charque, uns frutos do mar de aparência musgo-esponjosa, rins, língua e outras cositas mais. Meu conceito de comida: comida mesmo, é gostosa por si só, a coisa em si tem sabor e textura boa. Se vc quiser bota pra grelhar só com sal e fica mara - picanha por exemplo - ou um frango. E comida de verdade você comsegue comer até sem acompanhamentos, até sem nada pra beber.

Agora... pergunte pra qualquer apreciador destas comidas exóticas, ou menos badaladas, como queira chamar, como é que se prepara a "coisa" pra poder comer:


"Ahhh, deixa de molho de um dia pro outro pra tirar o sal e o cheiro, faz na pressão pra amolececer a fibra, coloca 4.520 especiarias pra dar gosto e serve com batata sauté, fricassé disso e daquilo e um bom vinho" (deve ser pra a pessoa esquecer que está comendo visceras e não carne). Tenha santa paciência - eu não tenho - quer dizer que um troço que precisa quase de reza brava pra ficar palatável é comida?


Marido diz que é, que eu sou é fresca (vai ver eu sou né... mas agora já foi colega) e eu respondo: " tudo bem, tudo bem, hoje ao invés de comida eu aceito ficar no pelo menos"


Pelo menos não vou passar fome kkkkkk e corro dali, que ele fica braaaavo quando eu falo isso.

Pronto-falei!


* Pra saber o que d`jabo é marry poppins, só me ligando. receita da família dele - com um nome húngaro que eu não entendia - e que eu apelidei com o nome do lindo filme.

terça-feira, maio 04, 2010

Momentos Lara




Acordei! cadê minha mãe? hummm este coelho rosa é muito lindo, estas almofadinhas do berço também... minha mãe tá demorando... Pai? Mas eu te chamei? Tudo bem, vai tu mesmo, me leva lá na minha mãe que eu tô com fome. Mãe!!!! hummm peito.... tá bom dia pra você também, mas me coloca logo pra mamar... buáááá por que tem de ir ao banheiro antes? Você não usa fralda não? É tão prático... Estes adultos... Ahhhh isso, mamar, delícia....

Afff o peito tava explodindo hoje, fiquei empanturrada de leite, vou botar um pouco pra fora. mamãe fez cara feia, tenho culpa se ela tava na frente na hora da gofada? Desculpa... hummm quando eu sorrio ela faz uma cara linda. Vou sorrir sempre, quer ver? Meu pai saiu, meu irmão também, minha mãe me botou na cadeirinha pra fazer comida... mas... mas... eu não quero!!! Buáááá quero colinho. Isso mãe, colinho, ahhh que gostoso. Fiz um monte de coisas junto com minha mãe. Ela é tão forte que nem percebeu que fazia tempo que eu tava dormindo no colo dela, sonequinha... Acordei de novo!!!! mamar, trocar roupinha, fraldinha limpa, fazer gracinhas. Pronto, voltei pra cadeirinha e estou condenada a ver discovery kids por meia hora. tic tac tic tac tic tac Mããããeeeee eu fiz caquinha. Limpou meu bumbum e o que antes cheirava a cocô agora cheira à cebola... mamãe diz que a culpa é minha que faço caca toda hora e não dá tempo de tirar o cheiro de cebola da mão. tudo bem, tudo bem, quem cheira meu bumbum é meu pai mesmo.


Falando nele... chegou, e com uma fome.... meu irmão também. Todo mundo almoçando, minha mãe não precisa né, o leite não tá dentro dela? Então ela nem deve ter fome, vou pedir pra mamar na hora em que ela sentar à mesa... assim ela fica mais confortável. Lá vem o gato me cheirar de novo. Engraçado esse filho peludo que minha mãe teve antes de mim, sai pra lá gato, essa cadeirinha é minha! Vou tomar banho com meu pai e ver o mundo de 1,80 de altura. Ele não sabe dar banho, demora pra caramba, minha mãe diz que é de propósito e ele se aproveita da minha fofura, deve ser né... minha mãe sabe tudo.

Vou ao mercado com minha mãe. Lá tenho vista panorâmica das coisas que eu já estou doida pra mexer. Meu irmão pediu um monte de coisas e eu queria tanto saber porque minha mãe diz tanto não pra ele...tadinho. Voltamos pra casa e teve mais uma rodada de mamada-caca-banho-colinho. Ops! este foi o último... agora só amanhã!


terça-feira, março 09, 2010

Vai uma mãozinha?

Quem já foi mãe sabe: você fica craque em fazer as coisas com um braço só - pois o bebê está no outro braço.

A coisa começa simples, quase sem querer. Um dia você quer um copo d'água e não tem ninguém perto, ou quer fechar as janelas e não gosta de incomodar o povo pedindo coisas o tempo todo (meu caso).

Aí, de coisa simples em coisa simples você acaba evoluindo nesta arte maneta e alcança outros níveis de categoria.

Mirim:
Pega água, fecha janela, abre a porta, se abana...

Júnior:
Põe comida no microondas, abre embalagens, põe filme no dvd, cata coisas do filho mais velho.

Intermediário:
Coloca roupas e sabão na máquina de lavar, usa o computador, arruma a bancada do banheiro, penteia o cabelo, rega o jardim.

Avançado:
Faz sua refeição, põe comida pro gato, retira as roupas do varal, atende telefone (anotando recado), escolhe feijão.

Master:
Cozinha coisas simples, coloca a roupa no varal, limpa a golfada do bebê que sujou o chão, pega roupas na gaveta - na última gaveta hehehe e vai ao banheiro (fazer o nº1, mas não recomendo, por higiene)

Fodástica:
Consegue fazer o marido notar que você está enrolada e coloca o bebê no colo dele.

E lembrem: Se BEBÊ, não dirija!!!

quarta-feira, março 03, 2010

24 horas


Oi gente,

Como a maioria deve saber (ou ter deduzido) Lara nasceu e chegou abalando. Se antes eu já não tinha tempo livre demais agora tenho que escolher: "varro a casa ou tomo um banho?". por isso, claro, o boca ficou aqui esperando um momento iluminado meu. É como na série do Jack Bauer, tenho só 24h pra resolver tudo.

Esta bebê não me deixa muita opção senão levantar as mãos pro céu e agradecer. Desde o inicio ela dorme a noite toda - com as 2 levantadinhas pra mamar, mas isso é de lei - coisa que eu não vivi com o primeirão. Na primeira vez eu era um zumbi ambulante e só sobrevivi porque não tinha uma casa pra cuidar. Lara com certeza não será vitima da onda de hiperatividade que pegou as crianças de hoje, é calma e só "dá show" quando está com cólicas.

O que me surpreende nesta segunda jornada materna é ver que apesar de ter "personalidades" muito diferentes os irmãos trazem na genética muita, mas muita coisa parecida. Os dois tiveram cólicas, e sempre no início da noite, fazem uns 5 cocôs por dia sujando umas 7 à 8 fraldas diariamente, não choram no banho e golfam depois de mamar. Parece replay de bebê gente... posso dizer que essa "veio com manual" hehehe.

Muitas coisas aconteceram nestes quase dois meses e que eu gostaria de ter comentado aqui, mas texto meu é igual a piada boa, se não contar logo perde o feeling da coisa. Uma delas é que acabou sendo cesariana de novo, pois é... não rolou. Sairei dessa existência sem saber como é parir (Oba!!!) e tenho certeza que não sou mais nem menos boa mãe por causa disso. Outra é dizer para as futuras mães de segunda viagem que amamentar pela segunda vez é muito bom. Parece que o peito "já sabe o caminho" e toda aquela agrura de peito rachado, rasgado e tudo o mais passa em uma semana. outro mito é o de recuperar a forma, seja por ser a segunda vez ou por que já rompeu a barreira dos 30. Isso varia de pessoa pra pessoa, não são estes fatores que vão determinar se você volta ao normal ou embaranga.

Até a próxima, e pra quem mora aqui em Natal, please.... me conta como está fazendo pra sobreviver ao calor desta cidade. Eu tô quase pedindo pra descer.

sábado, janeiro 16, 2010

A Boneca Mijona e a Guerra


Cá estou eu, do alto das minhas 38 semanas de gravidez escrevendo neste blog e inventando maneiras de passar o tempo.
Esta semana passei uma tarde sozinha no shopping e resolvi entrar numa loja de brinquedos e ver como é o "mundo dos brinquedos pra menina", pois até hoje só me especializei em Ben 10, Hot wells, bacugans e essas coisas.

Pois bem, de início, nada demais: barbies, bonequinhas, versões cute cute dos brinquedos unissex e tal... mas aí, eis que olho pra uma estante que parecia um closet, uma ármário de bebê. Xeretando aquilo vi que eram os assessórios pra uma boneca-bebê. Depois que a criança ganha a tal boneca ela tem a "opção" de ter o carrinho de bebê (79 reais) o berço (99 reais), as roupas, que ficam penduradas uma à uma como numa boutique (não olhei o preço das roupas pra não entrar em trabalho de parto assim, de repente) hehehehe. Ahhhh e não pensem que dá pra usar roupas usadas de bebes de verdade nesta boneca. Ela é propositalmente menor que um bebê, então se vc der as roupinhas que eram da sua filha pra ela por na boneca-filha dela, vão ficar feias e ela vai chiar!

Mas o pior, a parte realmente macabra deste mundo fresco-cute foi quando eu vi que vendiam a fralda descartável da tal boneca (beeem pequenas, menores que as tamanho RN). Voltei na tal boneca pra ver se tinha pi-piu, uretra, rins...e descobri que a piriguete além de ser cara, realmente mija. E cada fralda da fofa custa 5,90 do rico dinheirinho dos pais. O mundo vai se acabar em boneca mijona.

Claro que pra mim foi uma diversão ver a que ponto a indústria chegou e constatar que terei de fazer com Lara o mesmo que fiz com Eduardo: evitava ao máximo levá-lo até essas lojas. Comprava sem ele ver e se fosse trocar um brinquedo ia sozinha também. Acho que só comecei a levar ele junto lá pelos 6-7 anos, quando ele já sabia que pra levar um brinquedo dali teria que deixar dinheiro no caixa, e que o valor que a etiqueta mostra é mais do que tem na bolsa da mamãe. [ a parte de explicar porque a bolsa da mamãe tem pouco é complexa, envolve tooooda uma conversa sobre tudo o mais que precisamos comprar pra viver até uma chantagem emocional do tipo "desculpa se a mãe é pobre" - essa era batata, ele até largava um ou outro que estivesse na mão, de tanta pena kkkkk].

Uma coisa é certa: ser pai e mãe não depende só de saber cuidar, de acordar à noite ou poder pagar mais uma escola e plano de saúde. Depende também de saber dizer não e ter em mente que você está educando enquanto tudo em volta contribui pra levar a criança a pensar que o errado é o certo. Ser bom pai é mãe é ser a tropa de elite - ou você se omite e deixa a criança fazer, comer e se comportar como quiser e cria um deliquente ou vai pra guerra e passa anos educando pra ver o resultado láááá na frente.

Eu fui pra guerra. Bora?