Bem Vindo

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quarta-feira, setembro 28, 2011

Quanto mais eu vejo babás, menos quero uma

Se essa era quase perfeita, imagina as do nosso mundinho?
Eu cuido da Lara sem babá. E digo logo: no início é porque não tinha dinheiro pra isso mesmo, pois  muitas vezes sonhei com alguém aqui pra eu poder fazer academia, estudar, namorar e tal. Meu esquema atual é escolinha na parte da manhã pra poder frequentar as aulas, no resto do tempo sou eu pra tudo e às vezes é assustador, pois ela bagunça muito (vocês não tem noção). Dividi-la com alguém seria até uma higiene mental.

Eis que desde que ela nasceu que eu voltei ao mundo tatibitate - já estive nele antes, com Edu - e frequento mais pracinha, consultório e festa infantil do que livrarias e cinemas. Vejo muitas babás "em ação" e fico analisando o trabalho que executam. Melhor seria dizer vejo babás sem ação, pois as fofas em sua maioria estão ali só de presença física. No olhar você já nota que elas estão com a cabeça há quilômetros do seu filho. Raramente olham a brincadeira e quando a criança muda de lugar e elas tem que andar, a cara de enfado é de matar. 

E quando as crianças fazem algo de errado? Nessa hora a gente aproveita pra educar, mostrar que isso e aquilo não pode, o respeito aos coleguinhas, essas coisas. Quer saber como elas fazem? Não fazem nada. Ficam olhando o errado acontecer pra ver até onde vai dar, e se tiver que fazer algo simplesmente tira o pestinha do lugar pra acabar com o problema. Aprendizado? Vivência? Resolução de conflitos e ética? Não espere que elas estejam dando atenção a nada disso. E não acho que para fazer isso elas tivessem que ter o mesmo nível educacional que o nosso, são coisas inerentes ao cuidar de uma criança, coisas que eu vejo pessoas de qualquer "classe social" fazer. Eu vejo na fisionomia a cara de "tô me lixando, não é meu filho mesmo... contanto que não se machuque pra eu não levar uma bronca depois". 

Outros pais já conversaram comigo sobre isso, não é piração da minha cabeça. Outro dia o pai de uma coleguinha da Lara disse que chegou mais cedo do trabalho e pegou a babá (que nem é das piores) com o menino (1a e 6m) solto no jardim mexendo perto de onde o cachorro faz cocô e ela na outra ponta do gramado, pendurada no celular. Outra na praça estava com uma menina de uns 5 anos e esta passava praticamente por cima da minha filha na escada do escorrego porque não queria esperar e depois tentava empurra-la pela rampa. Ela estava olhando a situação, mas ou não achava nada errado ou é bem cretina mesmo. Eu mesma falei com a menina "olha, você não vai mais fazer isso certo? Ou espera sua vez ou desiste de brincar". Ela parou, não chorou nem ficou com raiva, só precisava de um limite.

Pra não dizer que nunca vi nada de bom, conheço uma, chamada Adriana, cuida de um menino de uns 5 anos. Uma fofa, brinca com ele, não dá tranqueira pensando no jantar, vive sorrindo, ensina coisas pra ele. Várias mães já "cantaram" ela pra trabalhar, pois é o sonho de consumo de uma mãe. Outra que não lembro o nome é tão atenciosa e sabe tudo da criança que demorei a sacar que não era a mãe. Mas são só duas num universo grande que conheci em quase dois anos. No geral, dá pena das crianças, e raiva delas.

Tô dizendo que não se deve ter babá? Não, às vezes é a única solução pra muita gente. Escolinhas tem horário rígido, fecham aos feriados, quando a criança está dodói não se pode levar e a pessoa precisa trabalhar. O que digo é que escolher uma é mais difícil do que eu pensava. Não é só pegar referência, ser higiênica e não falar errado. Minha escolha seria impossível! Eu precisaria conhecer o ser humano, o comportamento, a motivação daquela pessoa. Ia ficar meio louca com filho meu andando com uma pessoa que só está preocupada em não deixar ele morrer e manter as aparências pra quando eu chegar em casa.

Agradeço a Deus minhas dificuldades que nunca me deixaram ter uma babá, desejo sorte a quem tem e sabedoria pra ver se seus filhos estão bem. Não quis com este texto criticar ou ferir ninguém, apenas provocar a reflexão de pessoas que pensam que elas (as babás) são profissionais em cuidar de crianças e por isso não há com que se preocupar.


* Não mencionei babás que maltratam ou batem porque não é disso que estou falando. Esses casos são de crime e se eu pegasse, mesmo que nem conhecesse a criança, já saia na porrada, depois é que via como que ficava  #prontofalei





8 comentários:

  1. Oi Layana, tb penso o mesmo que vc. Nunca tive babá, mas como trabalho o dia todo minha filha fica na escolinha. Durante minha licença maternidade cansei de ver esse tipo de babá que vc citou, com cara de tédio mortal ou então batendo papo com as amigas, se lixando pras crianças. Vi uma que cuidava muito bem, só. Outro dia uma amiga que tem ido aos parques com a filhinha disse que ouviu uma conversa de 2 babás, uma reclamando da patroa e a outra apresentou a solução: desconta no filho dela, ué! Dureza, viu.
    Beijos

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  2. Lay (desculpa, cá estou eu comentando de novo!!!), eu tenho outro ponto de vista a acrescentar ao seu post (outro super bem escrito, por sinal). Pior que as mães que têm que trabalhar e, muitas vezes até sem saber o que se passa na sua ausência, têm de deixar os filhos com as ababastadas, são as mães que andam com a babá a tiracolo, como se elas fossem um acessório. Fiquei chocada de ver, no aniversário de meu filho, várias figuras desconhecidas (de mim, pelo menos) brincando (com cara de tédio), com as crianças que estavam na festinha. E nos restaurantes? A família e as babás... Gente, se você é incapaz de cuidar do seu próprio filho durante uma festinha de aniversário ou um jantar, por que teve? Nesses momentos, quando você vê a própria mãe delegando a educação do filho, mesmo em momentos quando ela mesma podia fazê-lo, é que eu passo a acreditar que "é pela babá que se conhece a mãe".
    No mais, concordo com tudo o que você falou e eu, apesar de ter horas em que eu adoraria uma babá para ficar com os meus enquanto eu tomo um banho mais demorado pelo menos, dou graças a Deus que eu posso dar conta dos passos dele e me responsabilizar pela educação (ou falta de) deles.
    Abração

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  3. Oi Dali,

    Obrigada pelos comentários! Olha eu acho que as que levam pra festas e shoppings (em se tratando de crianças bem pequenas, até 3 anos) são as que não estão conseguindo ter vida social nenhuma - tipo eu - aí o único momento de socializar com adultos, com amigos são nas festinhas. Eu revezo com Gustavo e Eduardo, cada momento um fica com a Lara. Eu entendo o porque de levar, mas acho bizarro.

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  4. Não poderia passar omissa nessa, né? Lay, você sabe que nesses meus 8 anos de Educação Infantil conheci várias espécies de bába (as boas e as não tão boas), sem comentários, pois, você já disse tudo!!.... Puxando a sardinha pro meu lado, minha opinião é a seguinte: mesmo com horários rigidos, mesmo fechando nos finais de semana e feriados e mesmo tendo de ficar com a criança em casa quando está doente, prefiro 10 mil vezes a escola por inúmeros motivos: as professoras (dadas as raras exceções) sempre tratam seu filho com muito carinho, brincam, contam histórias, fazem culinárias, passeios, tem parque, vídeo, semana especial de dia das crianças, são joão, relatórios descritivos contando todo o desenvolvimento do seu filho, elas indermediam nos conflitos com as outras crianças, educação moral, de meio-ambiente, dentre muitas outras coisas.... Portanto, se TIVER dinheiro para optar, opte por colocar na escola, mesmo que seja o dia inteiro (horário integral), pois, apesar dos "horários rígidos", você sempre consegue encontrar uma escola que se encaixe com seus horários, é só procurar. Se a criança ficar doente, pasciência, faz parte, é por isso que somos mães e temos não só o dever, mas o DIREITO de nos ausentarmos do trabalho para cuidar deles. Enfim, sei que minha realidade perto de muitas por aí é perfeita, pois, querendo ou não posso contar com a ajuda das duas avós do meu filho que são loucas por ele. E nessa correria da vida o que mais me faz falta é uma ajuda domestica diária entende? mais do que uma babá, pois, do meu filho cuido eu. Na verdade acho que isso faz falta para você também né Lay? se tivesse uma empregada ("secretária do lar", que é pra não ofender), poderia dedicar mais tempo para outras coisas, né?. Pra encerrar: Quem EDUCA mesmo são os pais sabe, não estou falando de educaçao de conhecimentos, estou falando de educação moral mesmo, que é o que tanto falta nos dias de hoje.
    Beijos
    Adri

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  5. Só mais um comentário, agora em defesa das babás. Voces sabiam que a maioria das babás moram na casa dos patroes e muitas vezes até dormem com as criancas, ou seja, umas 13 horas de trabalho por dia, no minímo, isso se a crianca nao for daquelas que acorda de noite. E elas trabalham de domingo a domingo, tendo uma folga de final de semana a cada 15 dias. Pra mim, isso é SEMI ESCRAVIDAO, nao é trabalho, nao é vida!! ah, detalhe, tudo isso para ganhar UM salário mínimo!!! Eu digo logo, nao aguentaria um trabalho desses de jeito nenhum!!! talvez isso explique um pouco a cara de tédio delas, nao justifica, mas explica. Para terminar de falar em absurdos, tem mae (nem chamaria de mae, pois, apenas pos no mundo, nao cria, nao educa, pram mim nao é mae, é genitora apenas) que contrata a FOLGUISTA quando a baba oficial esta de folga. Tem mae que leva as babas ate nas viagens de familía (nao importa o destino, trabalhei com classe media alta e elas levavam as babás até pro exterior, acreditem se quiser!), sem nocao!!Enfim, vida de babá também nao é fácil nao.
    Retiro tudo que disse apenas para as maes de gemeos e trigemeos, principalmente se forem bem pequenos, REALMENTE, essas vencedoras precisam de ajuda, muita ajuda, pelo menos até os filhos completarem uns 5 anos.
    Adriana

    Obs. desculpem, estou escrevendo de um computador que está faltando alguns acentos.

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  6. Concordo Adri, até empregadas domésticas que não cuidam de crianças tem essa semi-vida-escravagista por aqui. A própria Adriana babá que citei no post passa a semana na casa da patroa e só volta pra casa no "findi". Essa cultura ainda existe por aqui pq o costume era trazê-las do interior (já na intenção dela não ter pra onde correr mesmo).
    Sei que no interior do RN a oferta de trabalho é pouca, mas na capital tem muita gente precisando de emprego de babá, então a contratação é na intenção mesmo.
    Eu não ia conseguir empregar alguém nesses termos, me dá coceira mental saber que aquela pessoa não tem vida própria, não pode ver sua família todo dia, não dorme em sua própria cama.
    Na verdade eu queria era Flávia (da casa do meu pai há 25 anos) aqui na minha casa todo dia... (sonha abigobel)hehehe

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  7. Crianças devem ser educadas pelos pais. A Tarefa deve ser divida entre Marido e Mulher. Crianças educadas por babas, e escolinhas viram pessoas com personalidade duvidosa. Agressivos e muitas vezes não respeitam a própria família. Um casal deve pensar muito a respeito antes de tomarem a decisão de terem filhos. Pois vejo isso como uma entrega.

    Essa é minha opinião.

    Cleidison

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  8. Caramba, adorei!Eu fico tb assim aqui na pracinha perto de casa, só olhando as babás e vejo cada coisa..é triste mesmo..
    Bjs!

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