Bem Vindo

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segunda-feira, abril 03, 2006

Sétima arte - A mais efêmera é também a mais cara


Todo mundo gosta de arte. Até quem afirma o contrário se contradiz na frente da primeira manifestação que agrade aos olhos ou ouvidos. Todas são belas: arquitetura, literatura, pintura, música, dança, escultura e o cinema. Esta última, junto com a música, é foco de investimentos maciços da indústria cultural, onde podemos acompanhar desde filmes memoráveis até músicas que entram pra história. Infelizmente temos igualmente filmes toscos e puramente embasados na beleza das protagonistas e músicas cuja letra tem a profundidade de um pires. Fez parte. Para sair algo bom, muita coisa meia-boca tem que ser produzida também. Além do mais sempre há o grito de guerra do empresariado “é isso o que o público quer”.

No caso do cinema, chamo-a de efêmera, porque, para assistir um filme o telespectador pára diante da tela, assiste e vai para casa, só vendo aquele mesmo filme de novo quando comprar um DVD ou mesmo baixá-lo pela Internet. Neste intervalo provavelmente ele já viu outros... Além da telona eles passam aos montes na tv, em vários horários. Se a história não tiver sido especialmente boa, provavelmente ele nem lembrará direito. Ao contrário da música, que levamos no carro, nos I-pods, colocamos pra escutar enquanto trabalhamos e ect, não se pode ver um filme sempre que se quer. Os mais curtos duram 85 mim e mesmo os mais aficcionados não agüentam, nem tem tempo para ver o mesmo filme dia após dia. Cinema é efêmero não pela qualidade, mas pela quantidade e pelo nosso ritmo de vida.

A despeito disso, frequentar o cinema requer um “investimento” que torna proibitiva a ida com mais freqüência da maioria dos espectadores. Quem gostaria de ir toda semana tem que se contentar com uma vez ao mês. Tenho colegas que por ter família já não vão ao cinema há anos, uma vez que a ida de um casal com duas crianças (num início de noite por exemplo) bate em 42 reais!!! Isso sem pipoca - que ultimamente também está sendo cobrada a preço de ouro. Talvez em São Paulo este preço não seja significativo, mas aqui na terra do sol o salário comercial paga 339,00. O que faz com que esta pequena "farra" de sexta à noite leve mais de 10% do salário.

Todos sabem que para produzir uma fita gasta-se milhoões, que mais outro tanto vai para a publicidade e divulgação da história, que os donos das salas tem custos altos para manter tudo lindo e cheio de tecnologia. E ninguém quer abrir mão das novidades, dos efeitos, dos atores talentosos, do conforto das salas e da segurança dos shoppings. O que ocorre é o velho fenômeno de um argumento não suplantar o outro. Reconhecer que o filme vale o que se paga é uma coisa. Comprar ingresso e entrar na sala escura é outra. O próprio brasileiro passa por isso sempre: explica por A mais B porque precisa e merece aumento de sálário, o patrão eté concorda mas...sabe como é, não dá!

O fenômeno tende a se agravar e foi abordado até por revistas de circulação nacional. No caso a indústria cinematográfica teme o curto período de tempo que existe hoje entre o lançamento do filme e a venda oficial em DVD. O argumento é a desmotivação das pessoas em assistir na telona algo que logo estará nas gôndolas. Fica o convite a uma reflexão: Quem gosta de cimena deixa de ir porque logo mais sai o DVD ou fica de fora por faltar grana para um ingresso tão caro? Em se tratando de Natal certamente a resposta é: baixa o preço que a gente bate ponto.

5 comentários:

  1. Verdade, nunca tinha visto a coisa assim de modo tão simplista e tão fácil ao mesmo tempo

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  2. Ótimo texto, Layana. Continue assim. Abraço.

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  3. Layana, vc se supera a cada palavra escrita...
    Que tal enviar o link pra turma da "Revista Veja", ou "Isto É" ?
    Vc merece grandes conquistas, esta se perdendo aqui na terrinha. Não que não merecemos ter alguém como vc por aqui...
    Siga em frente garota...
    Pra vc, o céu é o limite...

    Max Wylerson F de Medeiros
    (Seu fã nº 1)

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  4. Ótimo texto, Layana!!!!
    Pode crer, cinema hoje em dia é luxo. Escolho a dedo os filmes que vou ver na telona.
    Vale salientar que boa parte das carteiras dos falsos estudantes não é para comprar tickets e sim meia entrada nos cinemas.

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  5. Olha, adooro cinema, mas realmente as idas diminuiram mesmo, cerca de 1 vez por mês, mas ultimamente tah passando disso...mais não fico pensando q vai sair o DVD ou que alguem vai gravá-lo na sala do cimena e com ele ainda no cinema vou poder comprá-lo (como os 2 filhos de Francisco), não tem como comparar, assistir no cinema é outra coisa...e teatro? Tenho vontade de ir mas as peças q vem p cá o povo pensa que estão em SP! O que a gente ganha não dá p esses luxos, mas q é bom é, como ouvi dizer um dia q pobre soh sai p comer...

    Sabia q em João Pessoa a Segunda-feira no cimena é R$2,00 estutante? E é o dia todo não tem essa coisa de horário não...

    Um abraço,

    Virginia

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