Bem Vindo

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segunda-feira, abril 10, 2006

A Licença da Discórdia


Está pra ser votado o projeto de lei que aumenta para 6 meses a licença maternidade no Brasil. A polêmica é grande porque envolve o dinheiro das empresas, da previdência e, dizem, a carreira das mamães.
Até hoje a tarde eu só havia visto opiniões favoráveis (por parte de mulheres, pediatras, psicólogos) que atestam os benefícios que mais dois meses de amamentação e convívio intenso trazem à criança. Realmente a amamentação quando levada até os seis meses, reduz a incidência de doenças nos bebês, o que provoca menos faltas no trabalho depois. Faz sentido, até porque, se a OMS - organização Mundial de Saúde - recomenda meio ano de peito não é razoável só ter quatro meses.
Opiniões em cima do muro eu já havia escutado também. Dizem que é maravilhoso, mas que ninguém sabe como o mercado vai receber aquela mulher depois, que seis meses desatualiza a pessoa e que cada caso é um caso.
Eu havia pensando vagamente na questão. Embora meu filho já tenha sete anos, eu sempre trabalhei e como mulher, pode ser que um dia eu tenha a insanidade de começar tudo de novo e ache muito bom ter mais 60 dias com o pequerrucho. Nisso de pensar vagamente já vislumbrei algo nebuloso: As restrições a contratação feminina vão aumentar, principalmente de forma velada ( tirando do páreo as casadas sem filhos, que tem mais probabilidade de almejar a maternidade). Noutra hipótese, se o projeto passar colocando os dois meses a mais como facultativos já viu né? Vai virar assunto non grato na empresa. Só funcionária pública vai provar deste gostinho.
O artigo de hoje nasceu mesmo foi depois da declaração de um consultor em rh num telejornal. Dizendo coisas como “A mulher luta pra ganhar tanto quanto o homem, mas está aí mais um dado que puxa pra baixo a produtividade delas” Sendo contra o projeto pelo motivo mais contábil da coisa [nota: eu ainda não decidi se sou a favor]. Depois emendou “num mundo competitivo como o nosso, se a mulher quer mesmo ganhar tanto quanto o homem, que produza como homem”. Ainda bem que moro em Natal e a probabilidade dele passar na minha porta é minúscula, pois ainda tem pau de macarrão na minha cozinha. Ai dele!
Quer dizer então que homens produzem muito mais. Porque será? Passe na frente de uma escola lá pelas seis da tarde e você verá mães esbaforidas que saíram correndo do trabalho para conseguir buscar seus filhos. Verifique quem está se preocupando com os cuidados com os idosos (inclusive com os pais do marido) quando estes adoecem ou precisam de amparo emocional. Quem enlouquece quando a babá falta? As mulheres sempre deram o suporte para que o homem desempenhasse seu trabalho da melhor forma. Elas saíram pra trabalhar e agora levam a pecha de improdutivas. O homem subjugou a mulher no passado porque sabia que ela é um vulcão de criatividade e, ainda por cima, multifuncional.
Afinal, o que querem os homens? Eu fui ensinada a não emitir opinião sobre o que nunca vivenciei. A falta deste ensinamento é que deve ter deixado o tal consultor pensar que ter filho é tarefa pouca. Deve ser filho de chocadeira. Tomara que seja também um solteiro convicto, pra não arrumar confusão com mais uma.


3 comentários:

  1. Acredito que esse "Tal" nem seja filho de chocadeira! Se passar aqui em frente eu "meto o pau" também!!! Mas antes te aviso pra vir me ajudar...rs..
    Beijos Lay, seu blog tá show!!!

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  2. Adorei, Adorei e Adorei.... ah, também ajudo a bater no cara se ele passar por aqui.
    Mas, expondo a minha opinião... acho que as mulheres deveriam ficar em casa cuidando dos filhos durante 6 meses mesmo, ou que, pelo menos, a empresa ou local de trabalho, permitisse a saida dessa mãe para amentar ao menos uma vez no dia (no mínimo, dependendo de quantas horas tem que ficar no trabalho).

    beijão

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  3. Que nada menina.Esse cara nunca deve ter mamado na vida.Não sabe o que é "peito" de mãe!!
    Rachel

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