Bem Vindo

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sexta-feira, abril 07, 2006

Cérebros Travados


Dizem que o computador é a máquina que mais chega perto de um ser humano. De fato são cada vez mais rápidos e “inteligentes”, talvez o segundo item do qual não dá pra passar sem, depois do desodorante, claro. Já a mente humana nos revela coisas surpreendentes. A lógica diz que enquanto estiver vivo e saudável é possível aprender coisas novas, principalmente as mais corriqueiras, o senso comum que se passa nas conversas e na convivência com outras pessoas. Pode até ser a lógica, mas em se tratando do ser humano ninguém pode se fiar em nada.

Como jornalista e leitora voraz de tudo o que me passa pela frente, gosto de ver a língua portuguesa bem empregada. Um bom texto, uma conversa interessante e as várias nuances que podemos usar (metáforas, eufemismos, ironia...). Por isso, há anos venho observando uma situação que me deixa intrigada: pessoas que falam errado. Calma, não joguem pedras agora! Não sou Pasquale Cipro Neto e recorro muito ao dicionário. Entendo que nem todo mundo goste de escrever, que goste (ou possa) ler, e sei que as diferentes formas de falar compõe a cultura brasileira. Também não me refiro a quem conjuga verbo errado, não sabe fazer plural ou não sabe o que é admoestação. Isso tudo é normal e compreensível, até porque erudição demais também é um saco.

Meu interesse lingüístico são nas pessoas que falam galfo, táuba, “tito de eleitor”, broco, Banco Badresco e outras aberrações. Não é por ser de interior, pois a maioria vive na cidade há anos; não é o ambiente, uma vez que convivem com gente que fala certo a maior parte do tempo. A maioria não tem síndrome de cebolinha, quem fala Badresco pode sim falar Bradesco, o encontro consonantal é o mesmo. Fui investigar, claro. Comecei com o asg da empresa: “seu , Antônio, o senhor sabe que não é badresco né?” “sei minha filha mas não sai não! E tento, tento, mas quando abro a boca sai...sai... BADRESCO, ta vendo?” . Lá em casa a menina fala “você vai querer a cenoura e o broco?” “ – Claro que quero brócolis” respondo, já querendo consertar a língua da pobre. Investi nela também. Argumentei que ela sabia ler e pedi pra que falasse várias vezes bem devagar: Bró-co-lis , repetiu ela umas seis vezes e mandei falar. Saiu algo como bóscolis. Fui pra uma mais fácil “ – Fala título de eleitor então”. Foi uma novela, parece que a língua enrola no som do U pra ir pro LO.

Com Seu Antônio resolvi apelar, disse que lhe dava 10 reais se ele falasse Atlético Paranaense e não Atrético Panaraense, com direito a dois dias pra treino com minha ajuda. Nesses dois dias os colegas resolveram investir na cultura do colega e o lance passou pra 50 reais. Todos na esperança de mexer com os brios e a possibilidade de um fim de semana mais gordo pro cara.

Deu em nada! Até devagar o danado insistia em pa-na-ra-em-se. Dei o diagnóstico: Seu Antônio, teu cérebro travou.

PS: apesar do tom de brincadeira a coisa é séria. As histórias são verídicas e minha preocupação também. Algum lingüista ou fonoaudiólogo aí pra me dar uma luz?

9 comentários:

  1. Oi Lay
    Tenho acompanhado seus textos no blog e tenho gostado muito...se ehh surpresa pra quem tem postados as mensagens naum sei , mas para mim nenhuma, sempre soube do seu potencial. Tenho ADORADO, acho q estah noa hora de mandar essse link correr o pais naum???? MUITO BOM!!!!
    beijos

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  2. Legal o seu blog. Gostei!
    Não sabia q vc escrevia bem assim.
    Vou estar sempre dando uma olhadinha nele.

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  3. oi Lay! teu blog ta o máximo! sempre vou ficar dando uma olhadinha ta?

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  4. GOSTEI MUITO DO BLOG... SEREI LEITORA FIEL... ABRAÇO! URSINHA.

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  5. Adorei o blog, parabéns, ganhou uma leitora, aliás, sempre gostei dos seus textos, desde a escola, te disse q tinha jeito p escrever ...um beijo e boa sorte!!!

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  6. Oi fofa,
    Adorei seu blog. Achei d+ seu texto sobre as pessoas que escrevem e falam errado. Vc não está sozinha nessa, penso a mesma coisa.
    Parabéns pelos textos.
    Bjos

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  7. Ótimo texto, Layana. Aliás, por falar em erros graves, desde o meu primeiro comentário aqui, que fico meio intrigado com a impossibilidade de colocar o nome do autor do comentário com a primeira letra maiúscula... Por que será? Abraço.

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  8. Realmente esse é um problema sério.
    Uma questão que você até pode abordar em outro texto é o fato de muitas pessoas do interior falarem errado, aprenderem o certo e quando voltam para visitar suas cidades de origem, voltam a falar errado pra não se sentirem discriminadas. A empregada daqui de casa mesmo disse que ela (ou outra pessoa) quando foi falar certo recebeu foi um comentário do tipo "Ih, tá toda besta!" ou "Vixi, tá metida a chique, é?. Pois é, muitas vezes as pessoas acabam elitizando a língua e perpetuando preconceitos. Porque pobre tem que ou pode falar errado?
    Bom, no mais seu texto tá ótimo, Layana.

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  9. Adorei Lay, vou visitar sempre. Às vésperas da eleição, nada vai nos irritar mais que os "titos" e "númuros", hehehe!! bjs

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