Bem Vindo

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terça-feira, julho 11, 2006

Mais um Recomeço


Passou uma semana. Às vezes parece que passou mais tempo, outras parece que o tempo parou naquele instante. Esperamos 18 dias pela recuperação de Miguel e fomos confrontados com o que ninguém quer ouvir de um médico que sai porta afora da UTI. Não deu pra ele!

Ouvir isso foi um soco no estômago da nossa amiga chamada esperança. Nesta hora ela foi embora animar outros corações. Pra nós chegou um balaio que continha surpresa, revolta, indignação e saudade. A surpresa é avassaladora, dói, faz com que a gente queira se beliscar, acordar do pesadelo. Você abre o olho e lá está a verdade, o fato, te olhando como um carteiro que entrega uma encomenda que ninguém quer receber, mas que vai ficar ali nas suas mãos.

A revolta nós rapidamente mandamos embora por que talvez esse fosse mais um drible do destino para que ele não sofresse ainda mais. E também não dá para se revoltar com a morte. Mais dia menos dia ela chega e faz seu trabalho e ainda é capaz de plantar uma semente de depressão em quem insistir na revolta.

Nossa indignação ainda não foi controlada de todo. É do ser humano encher seus pensamentos de “se”. Dizem que a vida no se... é uma maravilha, só acontece coisa boa! Ainda assim é inevitável pensar em pequenas atitudes que poderiam sim levar a situação pra outro rumo. Indignar-se é inevitável, mas quase tão ruim quanto se revoltar. Os indignados nunca fizeram muito pelo mundo nem por si mesmos, pois são ranzinzas e passam mais tempo reclamando do que fazendo.

Nos restará a saudade. A célebre palavra que dizem só existir em português passará a fazer parte da vida da família (da minha é velha comadre desde os oito anos de idade) e estará em cada canto de casa, em todo ida à universidade e todo passeio no shopping que ele gostava. A saudade vê quem se ama até em desconhecidos que se parecem, em um jeito de passar a mão no cabelo, num lance de olhar, num perfume. A tal saudade não mede esforços para aparecer, mas é o que de melhor podemos cultivar em nossa vida. Ninguém precisa ter vergonha de ter saudade seja lá do que for. É algo que de tão humano serve como prova de que estamos vivos. E vivos que estamos enfrentaremos mais essa para que o show da vida continue e no fim sejamos tão parabenizados como ele foi. Um beijo Miguel, valeu muito a pena.

Um comentário:

  1. Eu sei que vc é jornalista, mas acho que vem uma escritora por aí.... Muito bom. É difícil explicar certos tipos de sensação, vc conseguiu!

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