Cá estou eu, do alto das minhas 38 semanas de gravidez escrevendo neste blog e inventando maneiras de passar o tempo.
Esta semana passei uma tarde sozinha no shopping e resolvi entrar numa loja de brinquedos e ver como é o "mundo dos brinquedos pra menina", pois até hoje só me especializei em Ben 10, Hot wells, bacugans e essas coisas.
Pois bem, de início, nada demais: barbies, bonequinhas, versões cute cute dos brinquedos unissex e tal... mas aí, eis que olho pra uma estante que parecia um closet, uma ármário de bebê. Xeretando aquilo vi que eram os assessórios pra uma boneca-bebê. Depois que a criança ganha a tal boneca ela tem a "opção" de ter o carrinho de bebê (79 reais) o berço (99 reais), as roupas, que ficam penduradas uma à uma como numa boutique (não olhei o preço das roupas pra não entrar em trabalho de parto assim, de repente) hehehehe. Ahhhh e não pensem que dá pra usar roupas usadas de bebes de verdade nesta boneca. Ela é propositalmente menor que um bebê, então se vc der as roupinhas que eram da sua filha pra ela por na boneca-filha dela, vão ficar feias e ela vai chiar!
Mas o pior, a parte realmente macabra deste mundo fresco-cute foi quando eu vi que vendiam a fralda descartável da tal boneca (beeem pequenas, menores que as tamanho RN). Voltei na tal boneca pra ver se tinha pi-piu, uretra, rins...e descobri que a piriguete além de ser cara, realmente mija. E cada fralda da fofa custa 5,90 do rico dinheirinho dos pais. O mundo vai se acabar em boneca mijona.
Claro que pra mim foi uma diversão ver a que ponto a indústria chegou e constatar que terei de fazer com Lara o mesmo que fiz com Eduardo: evitava ao máximo levá-lo até essas lojas. Comprava sem ele ver e se fosse trocar um brinquedo ia sozinha também. Acho que só comecei a levar ele junto lá pelos 6-7 anos, quando ele já sabia que pra levar um brinquedo dali teria que deixar dinheiro no caixa, e que o valor que a etiqueta mostra é mais do que tem na bolsa da mamãe. [ a parte de explicar porque a bolsa da mamãe tem pouco é complexa, envolve tooooda uma conversa sobre tudo o mais que precisamos comprar pra viver até uma chantagem emocional do tipo "desculpa se a mãe é pobre" - essa era batata, ele até largava um ou outro que estivesse na mão, de tanta pena kkkkk].
Uma coisa é certa: ser pai e mãe não depende só de saber cuidar, de acordar à noite ou poder pagar mais uma escola e plano de saúde. Depende também de saber dizer não e ter em mente que você está educando enquanto tudo em volta contribui pra levar a criança a pensar que o errado é o certo. Ser bom pai é mãe é ser a tropa de elite - ou você se omite e deixa a criança fazer, comer e se comportar como quiser e cria um deliquente ou vai pra guerra e passa anos educando pra ver o resultado láááá na frente.
Eu fui pra guerra. Bora?