Fiquei ausente. Deve ter sido por crise existencial, já que o Ministro Gilmar Mendes tornou a profissão de jornalista possível de ser exercida por qualquer pessoa (com ou sem estudo - qualquer estudo). Alguns anos de faculdade passaram pela minha cabeça na hora... Dureza. Ainda bem que eu já estou no 6° período de outra faculdade e isso me deu algum alento.
Por falar em crise existencial, vocês já pararam pra pensar como é engraçado a reação do ser humano quando lhe dizem que, a partir de determinada data não lhe será possível fazer algo? O sujeito nunca ligou muito pra feijão.... aí o médico fala: "Você está com um probleminha gástrico e não deve mais comer qualquer tipo de feijão". Pronto, era o que faltava pro cara ter vontade de comer feijoada, baião de dois, tropeiro, angu, tutu.... tudo que use o grão. Afinal ele não pode mais. Isso dá fissura. Fora o monte de convites que você começa a receber: feijoadas, festival do feijão, Festa do feijão carioquinha. Surge de tudo.
O exemplo foi guloso, mas o dilema está pra tudo. Diga pra alguém que tal coisa será impossível e, de repente, aquilo que não estava em pauta vira um imperioso dilema. Foi assim comigo. Há 11 anos atrás, ainda bem novinha, fiquei grávida e tive meu filhão. Nestes 10 anos e pouco depois que ele nasceu sempre que alguém perguntava se um dia eu ia ter outro, ou se queria, minha resposta era bem vaga: "é, acho que sim, um dia talvez" Afinal, eu tinha tempo, muito tempo. Os avanços da medicina fazem parecer que tempos muito mais tempo ainda. Aos 22, 24 anos parecia que eu estava falando de algo que poderia levar mais uma década para se resolver. E no fundo eu achava mesmo que ia ficar só com meu príncipe mesmo (afinal, ele vale por... uns três!).
Well, o tempo, já dizia Cazuza, não para. Eis que o pequeno fez 10 anos, eu fiz (ai ai ai eu tenho de dizer?) fiz 20 a mais que ele e algumas questões se tornaram urgentes. Não falei? Diga que não pode e a fissura bate. É confortável pra nossa mente pensar que pode decidir algo depois não é mesmo? Nada como um horizonte aberto à nossa frente, uma tela vazia. Desconfortável é ter de decidir, principalmente em questões onde, uma vez decidido, não há como voltar atrás. Como deixar pra decidir depois se eu havia estipulado que jamais carregaria menino na barriga com mais de 35 anos? Como pensar em deixar pra depois se eu não quero chegar aos quarenta com criacinha pequena querendo colinho?
E como esquecer isso de vez, se na verdade eu queria mesmo ter o segundo, enlouquecer mais um pouco, dar um irmão a Edu e fechar minha fábrica? Danado de tempo que não estica. Tentei rever meus conceitos de idade. Nada feito. Considerando o esforço que uma gravidez exige, mais a perda de viço da pele depois dos 35, mais os riscos naturais do envelhecimento dos óvulos, o jeito foi deixar a coisa correr solta e ser "surpreendida" pela ação da natureza.
Não é uma decisão fácil. A famosa máxima "se pensar muito, a pessoa não tem" é verdadeira. Pra ter um filho é preciso fingir-se de cega para os problemas do mundo, assumir que é irresponsável e ponto de colocar mais um aqui, iludir-se de que seu orçamento vai dar conta e ter muito, mas muito amor pra dar.
Enquanto eu tentava encontrar uma resposta satisfatória pra cada uma destas questões a natureza foi mais rápida: providenciou o rasante da cegonha bem no meu endereço. Ahhhh que lindo.... os hormônios femininos juntam-se ao instinto materno e nessa, você já deu solução pra tudo no momento em que abre o exame que confirma a vinda de um ser. Incrível isso. Deve ser mesmo um milagre proporcionado às mães, pra elas sequer pensarem em se arrepender. Bom né? A gente tem toda uma química natural que nos faz achar que tudo vai dar certo, que nada mais normal ter mais um em casa, que isso é, enfim, a coisa mais fofa que poderia ter acontecido. No dia que a ciência conseguir sintetizar essa droga vai acabar a depressão no mundo, as guerras. a pobreza....
Voltarei depois, com mais dilemas engraçados de mãe.
* Este símbolo usado na postagem de hoje significa "irmão mais novo".
Por falar em crise existencial, vocês já pararam pra pensar como é engraçado a reação do ser humano quando lhe dizem que, a partir de determinada data não lhe será possível fazer algo? O sujeito nunca ligou muito pra feijão.... aí o médico fala: "Você está com um probleminha gástrico e não deve mais comer qualquer tipo de feijão". Pronto, era o que faltava pro cara ter vontade de comer feijoada, baião de dois, tropeiro, angu, tutu.... tudo que use o grão. Afinal ele não pode mais. Isso dá fissura. Fora o monte de convites que você começa a receber: feijoadas, festival do feijão, Festa do feijão carioquinha. Surge de tudo.
O exemplo foi guloso, mas o dilema está pra tudo. Diga pra alguém que tal coisa será impossível e, de repente, aquilo que não estava em pauta vira um imperioso dilema. Foi assim comigo. Há 11 anos atrás, ainda bem novinha, fiquei grávida e tive meu filhão. Nestes 10 anos e pouco depois que ele nasceu sempre que alguém perguntava se um dia eu ia ter outro, ou se queria, minha resposta era bem vaga: "é, acho que sim, um dia talvez" Afinal, eu tinha tempo, muito tempo. Os avanços da medicina fazem parecer que tempos muito mais tempo ainda. Aos 22, 24 anos parecia que eu estava falando de algo que poderia levar mais uma década para se resolver. E no fundo eu achava mesmo que ia ficar só com meu príncipe mesmo (afinal, ele vale por... uns três!).
Well, o tempo, já dizia Cazuza, não para. Eis que o pequeno fez 10 anos, eu fiz (ai ai ai eu tenho de dizer?) fiz 20 a mais que ele e algumas questões se tornaram urgentes. Não falei? Diga que não pode e a fissura bate. É confortável pra nossa mente pensar que pode decidir algo depois não é mesmo? Nada como um horizonte aberto à nossa frente, uma tela vazia. Desconfortável é ter de decidir, principalmente em questões onde, uma vez decidido, não há como voltar atrás. Como deixar pra decidir depois se eu havia estipulado que jamais carregaria menino na barriga com mais de 35 anos? Como pensar em deixar pra depois se eu não quero chegar aos quarenta com criacinha pequena querendo colinho?
E como esquecer isso de vez, se na verdade eu queria mesmo ter o segundo, enlouquecer mais um pouco, dar um irmão a Edu e fechar minha fábrica? Danado de tempo que não estica. Tentei rever meus conceitos de idade. Nada feito. Considerando o esforço que uma gravidez exige, mais a perda de viço da pele depois dos 35, mais os riscos naturais do envelhecimento dos óvulos, o jeito foi deixar a coisa correr solta e ser "surpreendida" pela ação da natureza.
Não é uma decisão fácil. A famosa máxima "se pensar muito, a pessoa não tem" é verdadeira. Pra ter um filho é preciso fingir-se de cega para os problemas do mundo, assumir que é irresponsável e ponto de colocar mais um aqui, iludir-se de que seu orçamento vai dar conta e ter muito, mas muito amor pra dar.
Enquanto eu tentava encontrar uma resposta satisfatória pra cada uma destas questões a natureza foi mais rápida: providenciou o rasante da cegonha bem no meu endereço. Ahhhh que lindo.... os hormônios femininos juntam-se ao instinto materno e nessa, você já deu solução pra tudo no momento em que abre o exame que confirma a vinda de um ser. Incrível isso. Deve ser mesmo um milagre proporcionado às mães, pra elas sequer pensarem em se arrepender. Bom né? A gente tem toda uma química natural que nos faz achar que tudo vai dar certo, que nada mais normal ter mais um em casa, que isso é, enfim, a coisa mais fofa que poderia ter acontecido. No dia que a ciência conseguir sintetizar essa droga vai acabar a depressão no mundo, as guerras. a pobreza....
Voltarei depois, com mais dilemas engraçados de mãe.
* Este símbolo usado na postagem de hoje significa "irmão mais novo".